Após conseguir alguns seguidores, o “profeta” estabeleceu sua base no Parque Universitário, zona leste de Teresina. Em uma propriedade, que abriga duas casas e que passou a ser conhecida como “Barca”, vivem 120 pessoas em regime de submissão, tendo sido obrigadas a deixarem seus empregos, bens, estudos e familiares.
O grupo religioso, fundado por Luiz Pereira, possue características típicas de um movimento destrutivo, como isolamento de adeptos, manipulação psicológica e financeira, incentivo de práticas obscenas, e uso de temas apocalípticos como forma de coação e medo. Às semelhanças também podem progredir para algo mais perigoso, como suicídio coletivo.
A programação – termo utilizado por pesquisadores de movimentos destrutivos para descrever o domínio psicológico exercido sobre adeptos – inclui a proibição de que os seguidores tenham acesso a programas televisivos e radiofônicos seculares, dedicação exclusiva aos cultos promovidos pela Barca, e casamento entre crianças e adolescentes.
Investigação
Luiz Pereira dos Santos vem sendo investigado pelo Ministério Público do Estado do Piauí desde o começo de 2012 tendo sido autuado em flagrante no dia 29 de julho por curandeirismo e charlatanismo, mas liberado após pagar fiança de R$ 207. O “profeta” teria sido autuado após denúncia feita por Alda Maria, 44. Segundo o 11º Distrito Policial de Teresina, Alda Maria também teria sido vítima de agressão física.
No mês passado, segundo informações do portal Terra, o “profeta” foi detido pela Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente acusado de proibir as crianças de irem para a escola. Após autorização expedida pela juíza Maria Luíza de Moura, a DPCA removeu hoje (11) as 19 crianças que faziam parte da comunidade, além de encontrar uma quantidade considerável de veneno de rato na casa, segundo o jornal 180graus.
Johnny Bernardo
é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de religiões, seitas e heresias, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.
É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.
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