Fora a sede mundial e umas poucas sedes regionais, grande parte das igrejas da IPDA são compostas por pequenos salões alugados e com não mais de que 50 membros, o que dificulta a competição com outras denominações com maior presença nas principais vias como a IURD e a IMPD, além de outras denominações pentecostais com grande presença nos bairros, como as Assembleias de Deus. Há outras razões do baixo crescimento experimentado nos últimos anos, como a rigidez doutrinária e de usos e costumes, escândalos envolvendo lideres máximos da Igreja, campanhas de cura e libertação adaptadas a partir da IPDA pelas igrejas neopentecostais e o não investimento em meios de comunicação de massa, como a televisão.
Com a liberalização de costumes e o investimento na comunicação direta com os telespectadores, as igrejas neopentecostais criaram um mecanismo "eficaz" de captação de contribuintes e avanço em áreas dominadas por igrejas pentecostais e históricas. O uso de mecanismos comuns à Segunda Onda Pentecostal Brasileira (Paul Freston, 1993), como às campanhas de cura e libertação permitiu às igrejas neopentecostais garantias de um crescimento contínuo. Seduzidas pelas promessas de prosperidade e cura "divina" e a não exigência de usos e costumes, os ouvintes encontraram em denominações como a Mundial do Poder de Deus a solução para seus problemas.
Campanha publicitária
Penalizada pelo avanço das igrejas neopentecostais – baseado nos programas televisivos – e sem poder abrir mão de sua história e costumes, recentemente a Igreja Pentecostal Deus é Amor passou a desenvolver uma campanha publicitária que envolve anúncios em jornais como o Metro, panfletos e a associação da imagem do fundador, David Miranda, à denominação. No jornal e nas fachadas das filiais da IPDA, uma imagem do fundador com sua coleção particular de cadeiras de rodas e muletas – frutos de suas campanhas "milagrosas" na sede mundial e em cruzadas pelo mundo – é exibida na tentativa de atrair mais seguidores. Associada à imagem de Miranda, no Metro uma frase chama a atenção: "Estas são algumas das milhares de muletas, cadeiras de rodas e aparelhos ortopédicos de pessoas que alcançaram o milagre de Jesus, na Igreja Pentecostal Deus é Amor."
Johnny Bernardo
é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos dedica-se ao estudo de religiões e crenças, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e movimentos destrutivos.
É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.
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