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“Igreja Universal quer dominar o Brasil”: pesquisador analisa livro do bispo Edir Macedo sobre política e investimentos feitos pela denominação na mídia

Em meio às polêmicas envolvendo a campanha à prefeito de São Paulo, do candidato Celso Russomanno (PRB) e suas ligações políticas com a Igreja Universal do Reino de Deus, o jornalista Johnny Bernardo publicou artigo analisando as ideias do bispo Edir Macedo sobre fé e política, expostas no livro “Plano de Poder – Deus, os Cristãos e a Política”.

De acordo com Bernardo, “o objetivo é claro: A Igreja Universal quer dominar o Brasil”, e para isso, o líder da IURD montou uma estratégia complexa de crescimento e influência na sociedade.

- Para realizar seu intento – de criar uma nação evangélica e “governada” por Deus -, Macedo estabeleceu uma série de estratégias, como eliminação das concorrências, investimento maciço em meios de comunicação, influência da sociedade por meio de campanhas de marketing e defesa de temas polêmicos, a exemplo da legalização do aborto, e a busca do poder pela organização política – afirma o jornalista e pesquisador Johnny Bernardo.

Johnny Bernardo pontua ainda que as estratégias adotadas por Edir Macedo para a implementação do suposto plano de domínio tem semelhanças com iniciativas tomadas em outros países, com resultados negativos: “As estratégias definidas e seguidas por Edir Macedo possuem paralelos com diversos movimentos destrutivos dos EUA e Europa, mas, em especial, com a Igreja da Unificação, fundada em 1954 pelo Rev. Moon (1920–2012). Assim como a IU, a Igreja Universal encara a formação da opinião pública e o recrutamento de seguidores como elementos cruciais para o alcance de seus objetivos”.


Por Tiago Chagas, do Gospel+


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A Igreja Universal e seu plano de domínio do Brasil

O objetivo é claro: A Igreja Universal quer dominar o Brasil. Pré-definido no livro Plano de Poder, Deus, os cristãos e a política (Edir Macedo com Carlos Oliveira, 2008), o objetivo vem se desenvolvendo ao longo dos anos, e, nas eleições municipais de 2012, pretende se consolidar. Fé e política, no entender de Edir Macedo, são elementos interligados aos quais os crentes devem se engajar.

Para realizar seu intento – de criar uma nação evangélica e “governada” por Deus -, Macedo estabeleceu uma série de estratégias, como eliminação das concorrências, investimento maciço em meios de comunicação, influência da sociedade por meio de campanhas de marketing e defesa de temas polêmicos, a exemplo da legalização do aborto, e a busca do poder pela organização política.

Tomando como base São Paulo – onde o candidato do Partido Republicano Brasileiro (PRB) ao Executivo, Celso Russomanno, lidera as intenções de voto -, a Igreja Universal coloca em prática sua estratégia de dominação política. Segundo o presidente nacional do PRB e também bispo Marcos Antonio Pereira, a meta para 2012 é a eleição de pelo menos 100 prefeitos e até dois mil vereadores, em todo o país.

Questionado pela relação da campanha de Russomanno com a Igreja Universal e a TV Record - em uma entrevista concedida ao portal UOL e Folha de São Paulo, no último dia 26 de setembro - Marcos Pereira saiu em defesa da laicidade do Estado e a total independência administrativa, caso Russomanno seja eleito, mas teve dificuldade em explicar o motivo da composição “evangélica” do partido – dos 18 dirigentes nacionais pelo menos dez são oriundos da Igreja Universal ou da TV Record, segundo apontamento feito pelo cientista político Claudio Gonçalves Couto.

Um projeto de Deus

De olho no crescimento dos evangélicos no Brasil – sendo hoje algo em torno de 42,3 milhões, segundo última estimativa feita pelo IBGE – o bispo Edir Macedo lançou seu plano de domínio do Brasil, conclamando os crentes a participarem da tomada do Poder. Afirmando seguir orientações divinas, Macedo relaciona à chegada ao poder como um projeto “elaborado” e “pretendido” por Deus.

"Vamos nos aprofundar, através desta leitura, no conhecimento de um grande projeto de nação elaborado e pretendido pelo próprio Deus e descobrir qual é a nossa responsabilidade neste processo. [...] Desde o início de tudo Ele nos esclarece de sua intenção de estadista e de formação de uma grande nação." (Plano de Poder, pág. 8)

A Bíblia, segundo Macedo, não é apenas um livro de orientações religiosas ou de exercício da fé, mas também um livro que sugere resistência, tomada e estabelecimento do poder político e de governo. “Somente quando todos ou a maioria dos que a seguem estiverem convictos de que ela é a Palavra de Deus, então ocorrerá a realização do grande sonho Divino”, conclui Macedo colocando-se como canal da realização do “grande sonho Divino”, que é o estabelecimento do Brasil como nação “evangélica”.

Lançado às vésperas das eleições municipais de 2008, o livro Plano de Poder revela o prognóstico feito por Edir Macedo em seu plano de tomada do governo. Nele ressalta que tudo é uma questão de engajamento, consenso e mobilização dos evangélicos. “Nunca, em nenhum tempo da História do evangelho no Brasil, foi tão oportuno como agora chamá-los de forma incisiva a participar da política nacional (...). A potencialidade numérica dos evangélicos como eleitores pode decidir qualquer pleito eletivo, tanto no Legislativo, quanto no Executivo, em qualquer que seja o escalão, municipal, estadual ou federal”, afirma Macedo.

Semelhanças


As estratégias definidas e seguidas por Edir Macedo possuem paralelos com diversos movimentos destrutivos dos EUA e Europa, mas, em especial, com a Igreja da Unificação, fundada em 1954 pelo Rev. Moon (1920–2012). Assim como a IU, a Igreja Universal encara a formação da opinião pública e o recrutamento de seguidores como elementos cruciais para o alcance de seus objetivos. Desenvolve, assim como na IU, uma acirrada guerra contra meios de comunicação e religiosos concorrentes, além de investir em times de futebol com foco em marketing de massa, e na ideia de que estão “colaborando” com o estabelecimento do Reino de Deus, no mundo. Acima de tudo, dizem atuar como canais de comunicação de Deus e dão forte ênfase ao crescimento financeiro – sinal, segundo as igrejas, da retribuição divina.


Johnny Bernardo


é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de religiões e crenças, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

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Catedral Mundial dos Orixás realiza reuniões inspiradas no Neopentecostalismo

Inspirados no “sucesso” das igrejas neopentecostais, pais de candomblé do Rio de Janeiro decidiram dar um giro de 360 graus com o objetivo de atrair mais fieis. Com direção da Yalorixá Ya Yasmim de Iemanjá, e babalorixás Geremias de Ogum e Lázaro de Omulú, a Catedral Mundial dos Orixás ou Centro Espírita Ylê - Axé, com sede na Travessa Damião de Aguiar, nº 49, Maria das Graças, zona norte do Rio de Janeiro, tem chamado atenção por conta de seus trabalhos (“espirituais”) comparáveis ao Neopentecostalismo.

Além dos tradicionais jogos de tarô e de búzios, os pais de santo do Centro Espírita Ylê - Axé realizam sessões de cura e divulgam suas consultas em meios de comunicação do Rio de Janeiro e São Paulo, como em outdoors, programas radiofônicos e televisivos. Na rádio Metropolitana AM e TV NGT, são veiculados depoimentos de “cura” e utilizadas frases e palavras típicas de pastores neopentecostais, como "através de sua fé", "auxilio espiritual", "romper todos os obstáculos", "não se entregar", “equipe”, “fé”, “corrente”, "gente" etc.



Acompanhe, aqui, um dos vários depoimentos onde expressões, articulações e métodos de persuasão inspirados no Neopentecostalismo são utilizados pela liderança do CEYA.

Histórico

Principal líder e mentor do Centro Espírita Ylê - Axé, o pai-de-santo Donizete Souza Braga, conhecido como Geremias de Ogum, nasceu em outubro de 1952, em Candeias (BA). Aos cinco anos diz ter realizado seu primeiro “milagre”, quando, segundo o site do CEYA, teria “ressuscitado” um passarinho vítima de uma baladeira (estilingue). Aos 12, sua mãe, que havia sido diagnosticada com câncer, é “curada” após Donizete Braga realizar seis horas de preces. Em julho de 2001, novo “milagre”: uma mulher chamada Nádia, que sofria com um câncer de estômago, também teria sido “curada” após intervenção de Braga.

Apesar de famoso pelas “curas” e o fato de ter recebido, em 2009, a Honraria de Doutor Comendador da Ordem JK, Geremias de Ogum teve sua passagem pela justiça. Acusado de falsidade ideológica, foi preso em flagrante no dia 13 de julho de 2005, após determinação do então presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Antônio de Pádua Ribeiro. Segundo a Conjur, o investigado se fazia passar por padre em São Paulo e pastor em Santa Catarina, além de aplicar golpes em agências bancárias do Rio de Janeiro. Em julho de 2006, a 6ª Turma do STJ concedeu, por unanimidade, habeas-corpus em favor do pai-de-santo Donizete Souza Braga, segundo informações do Espaço Vital. Procurado, o Centro Espírita Ylê - Axé não se manifestou.



Johnny Bernardo

é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de religiões e crenças, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

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A necessidade de um estado laico

Se no ditado popular "religião e política não se discute", na vida pública a distância entre Estado e Religião deve ser preservada. A teocracia, comum em alguns países árabes, tem como marco principal a interferência - não divina, mas religiosa - no cotidiano das pessoas. A interferência por vezes é caracterizada por imposições doutrinárias, punições aos delitos e perseguição às religiões concorrentes. Nos estados confessionais, apesar de garantida a liberdade de culto aos demais credos religiosos, há primazia e até favorecimento da religião oficial.

Nos países seculares ou laicos - mesmo que mantida a distância entre religião e Estado – há uma forte influência das organizações religiosas, pondo em risco os limites estabelecidos pelo republicanismo. Estados Unidos e Brasil são dois países onde a religião é tema frequente de debate e disputa política. A formação histórica explica, em parte, a presença da religião na vida política dos norte-americanos – a disputa presidencial entre o evangélico Barack Obama e o mórmon Mitt Romney tipifica todo um contexto histórico em que religião e política mesclam-se no debate público.

Apesar de reconhecidamente laico – conquista alcançada com a proclamação da República e a Constituição de 1891 -, o Brasil continua sob forte influência de líderes e grupos religiosos. Nos séculos seguintes, com a explosão do fenômeno pentecostal e neopentecostal – hoje englobando algo em torno de 42,3 milhões de evangélicos, segundo o Censo 2010 do IBGE –, a religião volta a ser tema de debate e especulação política. Em São Paulo e Rio de Janeiro – e também nas demais capitais do Brasil - templos evangélicos são disputados palmo a palmo por candidatos ao paço municipal. A corrida rumo à prefeitura de São Paulo mostra, por exemplo, que a massa evangélica pode ser decisiva na conquista de um pleito e, por isso, tem sido foco da disputa dos três primeiros colocados nas pesquisas.

Ausência de laicidade

Tanto no Brasil como nos Estados Unidos a presença de símbolos religiosos em repartições públicas, ensino religioso pautado de acordo com a religião dominante e a influência de religiosos nas decisões dos governos é um claro indício de fragilidade republicana. A laicidade pressupõe neutralidade em assuntos que dizem respeito unicamente às entidades religiosas, decisão com base no interesse nacional etc.

Apesar de todos os conceitos pré-definidos na cartilha republicana e da luta por um Estado laico, a tendência mundial é a da divisão religiosa. Inevitavelmente o mundo caminha para teocracias, estados confessionais e um crescente fanatismo religioso. São consequências do desenvolvimento tecnológico, do isolamento cada vez maior da humanidade. A religião terá maior espaço nas gerações futuras do que na Antiguidade.


Johnny Bernardo

é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de religiões e crenças, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

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Igrejas baseiam crescimento na imagem de fundadores

Pesquisadora de movimentos religiosos dos Estados Unidos, Margaret Singer declara que a força de uma organização está em seu fundador. Outros pesquisadores norte-americanos, como Rick A. Ross e Michael Green, são unânimes em associar o crescimento das corporações religiosas ao forte apelo de suas lideranças. Carisma, capacidade de comunicação e persuasão, são algumas das características de um líder de uma seita, apontadas pelos pesquisadores. A comparação - feita por Singer e seguida por Ross e Green – acontece em meio a um país cuja história é marcada pela presença de movimentos religiosos de ambições universais, cujos líderes exercem forte influência sobre seus seguidores. Mitt Romney é um exemplo de associação política – religiosa. Caso eleito, Romney será o primeiro presidente mórmon dos Estados Unidos. No mundo árabe, onde política e religião mesclam-se, religiosos, políticos e mártires são expostos em grandes outdoors, como forma de inspiração e reverência.

No universo pentecostal e neopentecostal brasileiro há algo semelhante em desenvolvimento desde fins da década de 70, com o surgimento da Igreja Universal do Reino de Deus. Se bem que em algumas igrejas pentecostais anteriores a década de 70, como, por exemplo, na Igreja Pentecostal Deus é Amor, é com a IURD que a imagem do líder e fundador começa a ser usada como forma de identificação do grupo religioso. Com a presença nos meios de comunicação, começando na extinta TV Tupy, a imagem de Edir Macedo começa a ser associada à IURD, possibilitando o acesso de novos adeptos. Estratégia seguida e adaptada pelos movimentos posteriores à Igreja Universal, como pela Igreja Internacional da Graça de Deus, Igreja Mundial do Poder de Deus, e, mais recentemente, pela Igreja Mundial Renovada.

Enquanto na IURD não há uma preocupação em estampar em suas sedes e filiais o nome e imagem do fundador – embora a associação tenha se estabelecido de outras maneiras, como pelo lançamento da recente biografia de Edir Macedo, Nada a Perder -, nas demais igrejas neopentecostais a definição proposta por Singer ganha forma e dimensão. Amparadas nos programas televisivos, a imagem de R. R. Soares, Valdomiro Santiago e Roberto Damásio são reproduzidas nas fachadas e banners de suas denominações. O objetivo, como nos movimentos destrutivos, é a perpetuação da imagem e influência do líder máximo. Outra estratégia é a imitação da entonação da voz, gestos e vestimentas dos fundadores, usada nas filiais pelos representantes hierárquicos.

Na Igreja Pentecostal Deus é Amor, Comunidade Cristã Paz e Vida e grupos minoritários há algo semelhante ao que ocorre nas igrejas neopentecostais. Na IPDA, por exemplo, passado o Jubileu de Ouro, as placas das filiais estão sendo substituídas por outras mais modernas, com a imagem de David Miranda e sua coleção particular de cadeira de rodas e muletas – frutos de suas campanhas “milagrosas” na sede mundial e em cruzadas evangelísticas pelo mundo. Na Paz e Vida o Pr. Juanribe Palharim também ocupa posição de destaque como fundador e presidente, e sua imagem é veiculada no site e fachadas das filiais. Outras denominações não alinhadas com os grupos neopentecostais, como a Assembleia de Deus de Belém do Pará traz como principal referência à ideia de que é a “Igreja Mãe”. Nos meios de comunicação e filiais da AD Belém, o Pr. Samuel Câmara também aparece em destaque e o principal motivo é a disputa pelo comando da CGADB.

Problemas

O principal problema com relação à associação da imagem de um líder com uma igreja que tenha fundado ou exerce autoridade é a perpetuação no poder, ou seja, o coronelismo evangélico. O nepotismo religioso ocorre com mais frequência em grupos cujos líderes exercem poder absoluto sobre os membros, e cuja excessiva veiculação de imagem pode ocasionar a descaracterização cristã da denominação. A mudança na Assembleia de Deus da Penha (RJ) para Assembleia de Deus Vitória em Cristo é um claro exemplo de descaracterização. Ao associar a imagem do fundador do Ministério Vitória em Cristo, o Pr. Silas Malafaia, com a denominação da qual passou a ser o presidente, a AD da Penha perdeu parte de sua identidade e objetivo natural.


Johnny Bernardo

é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de religiões e crenças, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.

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Adeptos da Cientologia planejam boicotar "The Master"

Quase ao mesmo tempo em que rebeldes líbios protestam contra o filme "Innocence of Muslims" ("A Inocência dos Muçulmanos"), por supostamente conter "insultos" contra Maomé, nos EUA e Canadá adeptos da Cientologia organizam um boicote ao filme "The Master". Dirigido e co-produzido por Paul Thomas Anderson, "The Master" ("O Mestre") tem como mote um intelectual carismático interpretado por Philip Seymour Hoffman, que, em 1950, organiza um pequeno grupo religioso nos EUA e alcança seu primeiro adepto e futuro braço-direito - um andarilho interpretado por Joaquim Phoenix.

Devido algumas semelhanças com o fundador da Cientologia, L. Ron Hubbard (1911 - 1986), cientologistas planejam boicotar o filme. Antes das exibições nos festivais de Veneza e Toronto, "The Master" foi exibido ao ator e também cientoligista Tom Cruise, que criticou parte do enredo. Apesar das críticas, Anderson e Hoffman negam qualquer semelhança.

Sem estreia prevista no Brasil, "The Master" será exibido nos EUA no próximo dia 12 de outubro e promete mais protestos.

Ameaças


De acordo com o jornal New York Post, o produtor e proprietário da Weinstein Company - empresa responsável pela produção de "The Master" -. Harvey Weinstein, nos últimos dias vem recebendo ameaças telefônicas e teve de reforçar a segurança para a participação numa premiére de Nova York.

Conhecidos pela maneira rígida como tratam seus "oponentes", os adeptos da Cientologia utilizam uma prática conhecida como "vale tudo", exemplificada nas palavras de R. Ron Hubbard: "os inimigos devem ser enganados, processados, fraudados ou destruídos." Nos EUA e nos demais países onde atua, a Cientologia mantem e desenvolve listas detalhadas de seus principais inimigos e críticos.


Johnny Bernardo

é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de religiões, seitas e heresias, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

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Entrevista com João Rodrigo Weronka, do NAPEC


João Rodrigo Weronka é Bacharel em Ciências Econômicas pela PUCPR, teólogo e fundador do NAPEC (Núcleo Apologético de Pesquisa e Ensino Cristão). Atuando com pesquisas no campo de apologética cristã e religiões comparadas desde 2002, colabora com sites como Irmãos.com e a revista Apologética Cristã. Congrega na Igreja Batista Vida Nova, de São José dos Pinhais – PR, atuando no IVTN – Instituto Vida Nova de Teologia. É casado com Cristiane F. Weronka, com quem tem uma filha. Nesta entrevista, Weronka fala sobre o seu trabalho no NAPEC e assuntos ligados ao ministério.


NPR Brasil - Como você se define?

João Rodrigo Weronka - Falar sobre si sempre é difícil, mas vamos lá! Considero-me uma pessoa simples em tudo. Amo as coisas simples e um jeito simples de vida. Amo a forma simples como o Evangelho é e por isso procuro levar a vida realmente pautada nos ensinos do Senhor. Sou reservado Johnny, e isso às vezes leva as pessoas a acharem que sou mal-humorado, mas quem me conhece sabe que sou “normal” (risos). Não sou positivista-triunfalista, mas sou muito otimista! Deve ser o motivo de eu ser torcedor do Atlético-PR, o melhor time do mundo!

INPR Brasil - Quem é Jesus?

Weronka - Jesus não é um médium, um avatar, um moralista, um banqueiro, um mero profeta, um moralista simplista ou um revolucionário. Jesus é o Unigênito de Deus, o Princípio e o Fim, o Sustentador de todas as coisas, feitas dEle, por Ele e pra Ele. Jesus é Deus filho, o Verbo encarnado, cheio de graça e de verdade. Ele é o que é, e ponto final. Sem Ele nada somos. Não há palavras que possa usar para demonstrar a gratidão que tenho por tamanha salvação.

INPR Brasil - Quando começou o seu interesse por apologética?

Weronka - Ano de 2002. Ainda namorava a Cris [hoje somos casados] e ela, sabendo de minha simpatia por apologética, me presenteou com um livro sobre seitas e heresias, e desde então não parei mais. Assim como a maioria dos que se interessam pela área, comecei os estudos com muita ênfase em heresiologia, mas com o tempo passei mais para área apologética em si e dando ênfase ao estudo sistemático das Escrituras. Hoje meus estudos e pesquisas tratam não apenas de heresiologia em si, mas tenho dado ênfase em apologética geral. Continuo pesquisando e refutando movimentos heréticos que estão à margem do cristianismo, mas também combato problemas internos e me debruço muito na apologética. Trabalhos de nomes como Francis Schaeffer, John Frame, Augustus Nicodemus, John MacArtur, Norman Geisler, Michael Horton, Albert Mohler, Alister McGrath e William Craig me inspiram.

INPR Brasil - Em algum momento você pensou em desistir?

Weronka - Sim, já pensei. Mas na mesma hora o próprio fruto que a apologética gera surgiu. Uma fé bem fundamentada nos impede de voltar atrás. É por isso que sempre repito aos meus alunos: a fé é algo que vai além de meras emoções ou um estado momentâneo. A fé é convicção, e tenho plena convicção daquilo para qual o Mestre me chamou. Ele continua cumprindo Sua perfeita obra em minha vida, e por isso sou muito grato. E antes que me chamem de racionalista, o maior motivador é o próprio Espírito Santo, que nos conduz a andar na Verdade.

INPR Brasil - Até pouco tempo o ministério apologético restringia-se ao eixo São Paulo - Rio, com institutos como o ICP, CACP, AGIR, CPR e INPR. Ao criar o NAPEC, qual era o seu objetivo?

Weronka - Desenvolver uma base apologética na região de Curitiba. O projeto ainda está engatinhando. Ainda é um embrião (risos). A igreja onde congrego – através da pessoa do pastor – tem apoiado o NAPEC e isso por si só é uma grande vitória. Poucos são os que estão na nesta área e tem um real apoio da igreja onde congregam. Em segundo plano, ampliar a rede de ministérios apologéticos. Infelizmente percebemos a desunião entre os apologistas do Brasil, e isso não é nada bom. Às vezes penso que o próprio surgimento de diversas micro - instituições apologéticas é o próprio resultado da falta de interesse dos “medalhões” em abrir o caminho para uma nova geração apologética. Parece que cada um quer defender o seu, abdicando do todo. No momento a grande frente ainda tem sido o próprio site, reunindo artigos, estudos, podcasts relacionados ao tema (www.napec.net).

INPR Brasil - Você pretende se dedicar de forma integral ao ministério?

Weronka - Por enquanto não, embora todos nós tenhamos tal desejo. Sou formado em Economia e atuo na área, ocupando grande parte de meu tempo. Meu sonho é dedicar mais tempo ao ensino. Meu projeto pessoal ainda é lecionar no seminário. Mas vamos com uma coisa por vez.

INPR Brasil - Que religiões estão presentes com maior intensidade na grande Curitiba?

Weronka - Falo daquilo que conheço e vejo. É impressionante o número de salões do Reino das Testemunhas de Jeová espalhados em nossa região. O Paraná em si é uma região onde a Congregação Cristã no Brasil é muito presente e Curitiba é uma das poucas cidades no Brasil com um templo Mórmon. Há um número significativo de instituições ligadas ao espiritismo e ao esoterismo, como, por exemplo, o museu/templo AMORC/Rosacruz. Se não bastasse, somos o berço das Testemunhas de Yehoshua. Mas louvamos a Deus, pois mesmo nessa Babel existe um contingente cristão grande.

INPR Brasil - Um apologista é alguém que defende opiniões pessoais, a instituição religiosa a que pertence ou a Palavra de Deus? Por quê?

Weronka - Sem dúvida a Verdade da Palavra de Deus. Diante da maravilhosa revelação das Escrituras, opiniões pessoais e a instituição perdem o foco não havendo espaço para elas. Nossa missão é defender a fé. Quem leva a vida defendendo apenas convicções pessoais e instituições/denominações está edificado sobre a areia.

INPR Brasil - Você acredita que é possível haver unidade apologética no Brasil? Qual é o caminho?

Weronka - Acredito, pois tenho vivenciado isso. O caminho? Simplicidade, amor, generosidade e desejo de compartilhar. Deus tem colocado pessoas de diversas partes do Brasil (e até de fora) em meu caminho que são maravilhosas e pensam assim. Unidos seremos mais fortes. Isso não é lema sindical, é propósito de Reino de Deus.

INPR Brasil - Últimas considerações

Weronka - Este tempo pós-moderno, visto por muitos como um grande problema [e de fato a mente pós-moderna ultra relativista é um problema a lidar] podemos ter uma solução. A ideia espiritualista New Age busca levar o homem a voltar ao lado transcendente. Isso pode ser uma porta para levarmos aqueles que se interessam pelO espiritual ao Senhor. Espero que os cristãos possam ser mais que nominais em sua fé e se engajar na defesa da Verdade, fazendo isso mais que palavras, mas no dia-a-dia. Não de modo forçado, mecânico, religioso apenas, mas deixando-se ser usado pelo Mestre.

Aos apologistas, que abracem a vocação e se engajem na defesa da fé. São poucos os que se dispõem a esta tarefa. Minha esperança é que os apologistas mais experientes, com mais tempo na labuta, possam abrir caminho nesta trincheira para uma nova geração.

Eis nossa luta!


Johnny Bernardo
do INPR Brasil



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Cultos alternativos crescem no Brasil

Algo no mínimo curioso está acontecendo em algumas igrejas evangélicas do Brasil. Crentes de diferentes denominações estão adicionando ao modelo tradicional de culto, caracterizado pela presença de hinos, orações e pregações, passos de rock, forró, pop, e até mesmo funk. Rio de Janeiro e Minas Gerais são os estados com maior ocorrência de cultos alternativos. O movimento é um reflexo da Rede Ministerial criada nos EUA pelos pastores Bruce L. Bugbee – fundador da Network Ministres International, com sede na Califórnia – e Bill Hybels – da Willow Creek Community Church, com sede em Chicago. Preocupados com a dimuição do número de jovens em suas comunidades, Bugbee e Hybels decidiram trazer para os púlpitos ritmos conhecidos da juventude norte-americana, como o Rock and roll. Em pouco tempo, segundo o livro “Rede Ministerial” (Vida, 1996), somente a comunidade de Willow Creek alcançou a marca de 15.000 membros e já é considerada a segunda maior igreja evangélica dos EUA, além de ser citada como exemplo de crescimento.

Passada a febre das igrejas em células (ou “ Igrejas no Modelo de Bogotá”), igrejas evangélicas brasileiras aderem, aos poucos, o modelo desenvolvido por Bugbee e Hybels. No Rio de Janeiro, o ex-membro do grupo de funk Hawaianos, Tonzão – que em dezembro de 2011 deixou o grupo após se converter na Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias – criou o “Passinho do Abençoado”. Tonzão – que teve apoio do Pr. Marcos Pereira para criar um grupo de funk evangélico – declara não ser pecado “dançar na igreja”. Em maio, em um culto na sede da IADUD, Tonzão disparou: “Se no mundo eu cantava e dançava – foi assim que tu me conheceu – agora a mesma coisa eu vou fazer pra Deus. O mistério é profundo, acho bom ficar ligado”.

Enquanto no Rio de Janeiro Tonzão e outros fankeiros de Cristo entretêm multidões de crentes com passos típicos do funk, evangélicos mineiros realizam cultos mesclados com passos de forró. “É algo comum em Minas Gerais”, revela um pastor de Betim que não quis se identificar. Segundo o líder, crentes pentecostais e tradicionais – particularmente batistas – dançam enquanto um grupo de obreiros canta forró. Em uma das reuniões promovidas pela Igreja Batista Shamá, a banda Forró Átrios levou diversos crentes ao êxtase com a letra “Sabor de Mel”. Em setembro de 2011, a Igreja Casa de Oração Para Todas as Nações, de Mutum (MG), realizou um congresso onde vários ritmos da música brasileira – dentre os quais o forró – animaram os fieis.




Polêmica

Defendida por alguns como um meio de evangelismo e avivamento, a dança – em seus diversos ritmos, como o funk e o forró, por exemplo – é vista com desconfiança por líderes evangélicos. Nos EUA, a Willow Creek Community Church é conhecida como “igreja do entretenimento” por supostamente ter substituído a liturgia tradicional por um show gospel. O Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil proibiu - em um pronunciamento feito em janeiro de 2011 - uso da dança nas reuniões litúrgicas. Assim como a IPB, outras denominações históricas e pentecostais proíbem a presença da dança em seus cultos como forma de preservação da doutrina e da liturgia religiosa.

Um dos principais problemas trazidos à discussão por Niassa Jamena e Camila Queiroz, da Impressão Digital 126 (produto laboratorial ligado a Facom, UFBA), é a consequente associação da dança à sensualidade. “Embora muitas pessoas não vejam problemas e até encarem o novo mercado de músicas gospel de forma positiva, a questão de como desvincular as danças, muitas vezes sensuais e sexualmente apelativas (associadas a ritmos como funk, pop, arrocha, pagode e forró eletrônico) das versões tocadas nos meios evangélicos, ainda causam muita polêmica”, ressalta Jamena e Queiroz.

Para provar a tese, a equipe do ID 126 entrevistou algumas pessoas que revelaram opiniões diversas. Segundo o vocalista da banda de pagode gospel Expressão do Louvor, Ju diz que é possível dançar todos os ritmos sem sensualidade. “Todos podem dançar como quiserem, mas, sabendo que vamos ter que prestar contas a Deus de tudo o que fizermos, então, para mim é só dançar com a consciência de que Deus está vendo tudo e que não é agradável dançar com passos que valorizem a sensualidade”. Milena dos Santos, 21, frequentadora da Igreja Batista do Rio Sena, diz que é difícil, sim, aliar as letras gospel com determinados ritmos porque o fiel pode se empolgar e fazer o passo, mas que não é impossível. Para ela, depende de cada um. Já Márcio Moreno, cantor de arrocha gospel, é um pouco mais categórico quando perguntado sobre o assunto. “Na realidade eu louvo ao senhor. Não danço e não falo de arrocha. Através dos meus louvores passo a mensagem de Cristo aos que gostam do ritmo”, explica.



Johnny Bernardo

é pesquisador, jornalista, escritor, colaborador da revista Apologética Cristã, do jornal norteamericano The Christian Post, do NAPEC (Núcleo Apologético Cristão de Pesquisas), palestrante e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de religiões e crenças, sendo um dos campos de atuação a religiosidade brasileira e seitas do mal.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

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