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A igreja brasileira está preparada para ser uma potência mundial?

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Apesar de o último censo apontar que os evangélicos tiveram um retrocesso em seu crescimento e que o ateísmo cresceu em certas regiões do Brasil, a igreja evangélica deverá ter um crescimento vertiginoso nos próximos anos. Indicativos mostram que até 2025 os evangélicos representarão 50% do total da população brasileira. Entretanto, existem inúmeras dificuldades que tornam a igreja evangélica brasileira frágil e que podem comprometer seu crescimento. Mesmo que os números estejam corretos (e eles devem estar), corremos o risco de produzirmos uma igreja de crentes nominais, fenômeno que ocorre na Europa e EUA. Abaixo destacamos algumas dificuldades enfrentadas pela igreja brasileira.

Dificuldade de articulação

O pouco tempo do Protestantismo no Brasil produziu uma igreja multifacetada, com diversas lideranças regionais e nacionais. Conquanto o número de evangélicos brasileiros seja algo em torno de 40 milhões, as inúmeras correntes existentes no país possuem pouquíssima articulação. Primeiro, existe uma dificuldade de comunicação entre tradicionais e pentecostais. Segundo, não há comunicação mesmo entre as igrejas pentecostais. Um exemplo é a Assembleia de Deus. A comemoração do centenário foi realizada em dois locais diferentes da Grande São Paulo, pelas duas principais correntes: a do Belém (no Pacaembu) e a da Madureira (na Arena Barueri).

Recentemente, mudanças na liturgia e de usos e costumes ocasionaram o desligamento de setores regionais que se opõem a mudanças bruscas. Disputas políticas e interesses econômicos também são uma das causas da existência de inúmeros ministérios e grupos pentecostais. Tentativas no sentido de aproximar tais segmentos, como os conselhos municipais de pastores, são propostas interessantes, mas que ainda não surtiram o efeito desejado. Uma das razões é a falta de concordância na apresentação de projetos, de compromisso e o uso político – partidário de algumas comissões.

Dificuldade de estrutura

A igreja evangélica brasileira investe pouco em projetos importantes, como cursos teológicos, missões e apologética. Com raríssimas exceções, encontramos igrejas que demonstram se preocupar com o desenvolvimento de uma estrutura sólida para seus membros. Quando falamos por estrutura, não estamos nos referindo apenas ao aspecto físico de uma igreja, mas também ao seu conteúdo interno. Logicamente que uma questão está ligada à outra. Onde há dificuldade de estrutura física (prédios, salas, departamentos), consequentemente há dificuldade na implementação de projetos. Na maior parte das igrejas, a escola dominical é realizada na própria nave da igreja, dificultando o aprendizado. Há outros problemas, como o investimento em setores que não dizem respeito diretamente ao trabalho de missões, a inexistência de um departamento de evangelismo e discipulado satisfatórios e a demasiada ênfase em templos luxuosos, com televisões de plasma e outros aparatos que dificultam o investimento nos setores estratégicos.

Dificuldade de planejamento

Diretamente ligada à questão da estrutura, está à dificuldade de planejamento. O fenômeno não ocorre apenas nas igrejas pentecostais – nas tradicionais, como a igreja batista, também é frequente. A adesão de algumas igrejas batistas ao Modelo de Bogotá (G12) é um indicativo de falta de planejamento, de estratégia evangelística. Não que o G12 seja um prejuízo ao Evangelho; pelo contrário, tem contribuído sobremaneira com o crescimento da igreja evangélica no Brasil e no mundo. A questão está na forma como algumas igrejas realizam os encontros, que beira o modismo teológico.

Falta planejamento de trabalho nas igrejas. Enquanto seitas como as Testemunhas de Jeová possuem uma estratégia de crescimento, que inclui mapeamento de territórios, divisão de tarefas, cursos de preparação (Escola do Ministério Teocrático) e literaturas que focam o trabalho de campo, as igrejas evangélicas investem pouco nessa área. Razão pela qual perdemos espaço para o ateísmo e contribuímos para a proliferação dos sem-religião. Quando deixamos de estabelecer metas e investir em setores estratégicos damos vazão ao crescimento de outras religiões ou movimentos.

Dificuldade de identidade

Somadas às dificuldades de articulação, estrutura e planejamento, chegamos a uma igreja com uma profunda crise de identidade. Uma igreja sem identidade é uma igreja que não possui uma marca própria, um modelo que a diferencie de outros segmentos religiosos. Ao deixar de se preocupar com o planejamento, por exemplo, uma igreja perde em número e qualidade.

A igreja evangélica brasileira se transformou em uma igreja de templos, de cultos rotineiros e com pouquíssimo trabalho externo. Os crentes passam mais tempo dentro de igrejas, do que em atividades externas. Precisamos de menos cultos e mais atividades externas. A igreja precisa dialogar com a sociedade, participar dos seus problemas e frustrações. Precisamos nos embrenhar na sociedade.

Dificuldade de gerenciamento

A atual dificuldade que a igreja brasileira atravessa está diretamente ligada à dificuldade de gerenciamento. A falta de preparo teológico, secular e interesse para com o crescimento são uma das causas do crescimento desordenado de algumas igrejas. A igreja tem experimento um crescimento significativo, mas a falta de estrutura, planejamento e construção de uma identidade própria são fatores que desqualificam tal crescimento. Enquanto igrejas de São Paulo possuem templos luxuosos, o investimento em missões decresce a cada dia. A causa está no mau gerenciamento, na falta de obreiros comprometidos com o crescimento sustentável da Igreja. Tais condições mostram que a igreja brasileira, apesar do crescimento real, ainda não está preparada para ser uma potência mundial. A mudança deve começar de cima para baixo.


Johnny T. Bernardo

é apologista, escritor, jornalista, colaborador da revista Apologética Cristã e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de seitas e heresias, sendo um dos seus campos de atuação a fenomenologia religiosa e religiosidade brasileira.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

Contato

pesquisasreligiosas@gmail.com
johnnypublicidade@yahoo.com.br






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Porque não é bíblica a desassociação (I)

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Infelizmente, faltou à Associação Torre de Vigia (ATV) esclarecer às pessoas que o instituto da desassociação não vem de Jeová, mas do Corpo Governante. Se você conjugar todos os paralelos bíblicos em relação ao assunto verá que Jeová está sempre de braços abertos para acolher IMEDIATAMENTE um pecador genuinamente arrependido. Não há nas Escrituras qualquer paralelo que mostre que Ele deu seis meses ou um ano ou vários anos de prova, com a boquinha calada, sentado no banco, sendo ignorada pela família e pelos “amigos”, até que a pessoa fosse JULGADA por um corpo de anciãos como digna de fazer parte de seu povo novamente.

Ao contrário, uma leitura básica da Bíblia te mostrará que PRIMEIRO Jeová acolhe o pecador DEPOIS ele é ajudado a abandonar seu estado lastimável. Basta a pessoa arrependida se voltar para Deus. Sem provas. Sem chibatadas sociais. Sem vergonha ou humilhação. É tão simples! Vejamos um exemplo: uma jovem tem relações sexuais com seu namorado, contudo, não vê nada demais nisso. Os anciãos a chamam em uma comissão judicativa e a desassociam. Logo após ela se arrepende, pois vê que estava errada. O que fazer?

Bom, Jeová, por meio de Jesus, proveu a resposta. Veja sua reação na parábola do filho pródigo:

“Enquanto [o filho] ainda estava longe, seu pai o avistou e teve pena, e correu e lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou ternamente” (Lucas 15:20).

Mesmo com esse paralelo claríssimo, os anciãos dizem que a pessoa deve passar um tempo no banco, sendo ignorado, apontado como pecador, evitado até pela família... que deve se casar, ou então dissolver esse namoro... que não poderá comentar na reunião, ir no ônibus da congregação para a Assembleia de Circuito, não poderá pegar uma carona no carro de um irmão, muito menos que se deve orar por essa pessoa. Para não falar que durante esse tempo, a pessoa que “ se lixe”, se ela precisar de uma ajuda qualquer, seja em relação a um trabalho, dificuldade na família, doença, emprego, e tantas outras que apenas temos em associação íntima com alguém ou em uma comunidade unida, que ela fique por si só, dê seu jeito... foi ela quem escolheu o caminho da desassociação, não foi? Que amor é esse, hein? Que não pode acolher uma pessoa que está querendo voltar ao seu meio? Que não pode dar um abraço a uma pessoa que precisa? Que não pode perguntar nem mesmo “como vai, como foi seu fim de semana”? Isso é disciplina? Lamento, mas se você é um bom leitor da Bíblia, verá que isso é heresia.

Quanto aos “fundamentos bíblicos” para tal ação da ATV, são todos fraquíssimos e não se sustentam ante o peso da evidência. A Associação usa o texto de 2 João 10, 11 como base de seu tratamento em relação aos desassociados e dissociados. Contudo, empregam tal passagem TOTALMENTE FORA DE SEU CONTEXTO ORIGINAL. Convido-o a ler o texto integralmente, a carta inteira de 2 João. No versículo 7, o apóstolo diz: “Pois, muitos enganadores saíram pelo mundo afora, pessoas que não confessam Jesus Cristo vindo na carne. Este é o enganador e o anticristo".

Depois, do versículo 8 ao 11, o apóstolo dá um conselho aos leitores em relação à situação de perigo espiritual quanto a esses tipos de pessoas que rejeitam a Cristo e pregam o engano, dizendo que Cristo não veio na carne. Contra esse tipo de pessoa é que os cristãos devem se guardar, “nem o recebendo em seus lares, nem os cumprimentando”, pessoas que “se adiantaram”, “não permaneceram no ensino de Cristo” e agora defendem outro ensino diabólico. Ou seja, anticristos ativos e atuantes. Não se fala em lugar algum de crentes quepecaram. Nem em desassociação, palavra que nem na Bíblia está.

Veja a situação delicada que o Corpo Governante põe sobre seus ombros: julgam mais do que Jeová. Aquele que o verdadeiro Deus vê como pessoa aflita e perdida, que precisa de consolo e cuidado, como uma ovelha entre as cem, machucada e desesperada, os CG pede para que vejamos como ANTICRISTOSEMPEDERNIDOS!

Agora, caro leitor, em momento nenhum dizemos ser contra a exclusão ou afastamento de um membro que seja um pecador empedernido do meio da congregação, ou de uma igreja. Isso aí é coisa que se faz até no mundo, nas esferas seculares. Caso você faça parte de uma associação qualquer, um conselho, um clube, uma escola, etc., ou mesmo no trabalho normal, há normas internas que devem ser respeitadas sob pena de (a) repreensão verbal ou escrita, (b) afastamento temporário ou (c) desligamento total.

Isso é diferente das organizações religiosas? Não, de forma alguma.

Ao contrário do que pregam as Testemunhas de Jeová em várias publicações, existem expulsões e desligamentos nas igrejas evangélicas, mas sempre depois de um longo processo de ajuda espiritual à pessoa, antes de serem tomadas as providências cabíveis.

Quando você aceita se tornar membro de uma igreja qualquer, ou de associações filosóficas ou políticas, deve ter em mente suas normas, seus estatutos, entre eles os que podem demandar sua exclusão como membro. Nesse caso, o texto citado pelas Testemunhas, 1 Coríntios 5:9-13, está devidamente aplicado. Paulo escrevia aos crentes em Corinto que não faziam nada para que aquele homem imoral se consertasse, logo, havia negligência espiritual por parte deles. Contudo, lendo com atenção os versículos circundantes (coisa que raramente as Testemunhas fazem), vemos que a grande preocupação era com a ação da própria congregação ante o pecado, não necessariamente com o pecador em si. Não se esqueça de que esta carta que Paulo escreveu tinha objetivos claros: exortar toda a congregação coríntia a um reavivamento espiritual, o que é claramente visível na quantidade enorme de problemas que o apóstolo discute ao longo de sua epístola.

Prova de que está errada a metodologia da desassociação conforme o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová prega pode ser vista no modo como a aplicação deste texto é feita na segunda carta de Paulo aos Coríntios. Conforme uma publicação da própria ATV, o Estudo Perspicaz, volume l, p. 563 e 564, “Paulo escreveu esta primeira carta à congregação cristã em Corinto, por volta de 55 EC [...] Paulo escreveu a sua segunda carta aos coríntios provavelmente durante o fim do verão ou começo do outono setentrionais de 55 EC”. Assim, no intervalo de meses, não de anos, nem de décadas, mais em poucos meses, de acordo com o arrependimento daquele “homem iníquo”, “Paulo respondeu na sua segunda carta elogiando-os por sua aceitação favorável e aplicação do conselho, exortando-os a ‘perdoar bondosamente e a consolar’ o homem arrependido, ao qual evidentemente haviam expulsado da congregação” (Perspicaz, v. 1, p. 564).



por Cleber Tourinho de Santana

ex-testemunha-de-jeová, professor, linguista, revisor de textos, orientador em Medotodologia da Pesquisa Cientifica e está mestrando em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia



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Quem tem medo da apostasia? (I)

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Não obstante a grande querela que se faz em relação à apostasia, as Testemunhas de Jeová não conseguem se livrar dessa incômoda “pedra no sapato”.

Não é de hoje que se pede aos membros da religião que se afastem de qualquer um que venha a contestar seus ensinamentos e que ainda esteja com o título de irmão, ou mesmo que já tenha saído de suas fileiras. De fato, não são poucos os argumentos (com raciocínios eminentemente circulares) e textos bíblicos utilizados (a maioria isoladamente, como sempre), para validar essa prática, de evitar qualquer contato com os pensamentos divergentes da Sociedade Torre de Vigia, braço legal do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová.

Durante o tempo em que fui TJ, percebi que a Organização fomenta em seus membros um verdadeiro temor, um pânico doentio em relação às pessoas que saem da seita e que têm a “audácia” de utilizar sua liberdade de pensamento e questionar o que outrora fora entendido como “a verdade”. Não exagero: é um verdadeiro terror mórbido, que faz muito lembrar uma sensação de ataque terrorista iminente, como se vivêssemos na atual Palestina dos homens-bomba e carros recheados de explosivo plástico, prontos a serem detonados bem no nosso rosto, a qualquer momento.

São centenas de artigos falando sobre o assunto. Uma pesquisa breve nos Índices da Torre de Vigia de 1960-1990 e 1991-2005 e no CD-Rom Watchtower Library traz tantas entradas e referências que seria uma tarefa hercúlea enumerar a quantidade de vezes que o Corpo Governante se ocupa do tema, ou pelo menos se refere a ele em seus escritos. Mas uma coisa é certa: em nenhum lugar as Testemunhas são incentivadas ao diálogo aberto e franco sobre suas crenças nem entre si, muito menos com aqueles que não mais concordam com os ensinos cristalizados (ou mesmo fluidos) de sua Organização.

Por exemplo, A Sentinela de 15 de fevereiro de 2004, p. 28, sob o subtópico “As táticas do inimigo”, exorta:

“O inimigo talvez procure dar um golpe por atacar verdades bíblicas fundamentais para a sua fé. Apóstatas podem usar palavras suaves, lisonjas e argumentos deturpados na tentativa de derrotá-lo. Mas o apóstata não está pensando em seu bem-estar. Provérbios 11:9 diz: ‘Pela boca é que o apóstata arruína seu próximo, mas é pelo conhecimento que os justos são socorridos."

É um engano pensar que você precisa ouvir os apóstatas ou ler as publicações deles para refutar seus argumentos. O raciocínio deturpado e venenoso deles pode causar dano espiritual e contaminar a sua fé como uma gangrena que se espalha rapidamente. (2 Timóteo 2:16, 17) Em vez disso, imite o tratamento que Deus dá aos apóstatas. Jó disse a respeito de Jeová: ‘Nenhum apóstata entrará diante dele.’ — Jó 13:16” (grifo meu).

Interessante é a versão enviesada da Tradução do Novo Mundo nos textos de Jó 13:16 e Provérbios 11:9. Nos textos originais, em hebraico, não se usa a palavra “apóstata”, com carga pejorativa de desvio espiritual, mas sim o adjetivo חָנֵף (ka-neph), quase sempre traduzido por “hipócrita” (ARC, KJV, etc.), mas que significa, literalmente, pecador, ímpio, impuro, sempre em sentido moral, nunca espiritual.



por Cleber Tourinho

ex-testemunha-de-jeová, professor, linguista, revisor de textos, orientador em Medotodologia da Pesquisa Cientifica e está mestrando em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia



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Prática do "cair no Espírito" gera controvérsias

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A prática de “cair no espírito”, presente em diversas igrejas evangélicas no Brasil e no mundo, descrita na série “Grandes Reportagens” do programa Domingo Espetacular, da Record provoca controvérsias entre os próprios evangélicos.

Enquanto alguns apoiam a iniciativa, justificando o “cair” como maneira de ficar em plena comunhão com o divino, outros condenam a prática, classificando-a como modismo teológico.

De acordo com o apologista Johnny T. Bernardo, fundador do Instituto de Pesquisas religiosas (INPR Brasil), a prática não é aceita de forma unânime nas igrejas adeptas do fenômeno e mesmo nas igrejas petencostais. “São características esporádicas, presentes em igrejas de pouca formação teológica e que supervalorizam o ‘místico’ e o ‘sobrenatural’”, diz.

Segundo o estudioso, muitas pessoas, tanto latinas como de origem anglo-saxônica são facilmente atraídas por modismos teológicos e religiões de poder. “São características individuais e que variam de igreja para igreja e de país para país. É possível encontrar por, exemplo, igrejas em Nova York que induzem seus membros ao “cair no espírito”, mas também outras que optam por uma liturgia mais leve, com ministração de louvor e estudo bíblico. “Trata-se, pois, de um fenômeno global, e não apenas regional”.

História

O “cair no espírito” é uma prática adaptada pelas igrejas em célula e sua origem está na visão de Bogotá (G12).

Segundo Bernardo, o fenômeno passou a ser visto também como uma demonstração de que o crente está em plena comunhão com o divino.

Uma das igrejas pioneiras na prática é a Comunidade Cristã do Aeroporto, de Toronto, Canadá que, além do “cair no espírito”, tornou-se mundialmente conhecida pela “unção do riso” – experiência segundo a qual o crente começa a rir descontroladamente, seguido pelo “cair no espírito”. Outro “fenômeno” é o dente de ouro, prática comum em algumas igrejas pentecostais brasileiras, durante a década de 80.


A unção de Toronto passou a ser usada nas chamadas “ministrações”, reuniões de êxtase “espiritual” induzida por ministradores – pastores ou líderes de células – em ocasião de congressos e encontros.

Um dos primeiros a introduzir a prática no Brasil foi o casal César e Cláudia Castelhanos, autores e líderes internacionais da igreja em células. Presentes no 1º Congresso Nacional de Igrejas em Células no Modelo dos 12, realizado em junho de 2000, em Sumaré, SP, o casal ministrou a unção de Toronto, diante dos quais diversas pessoas, entre pastores e líderes, foram ao chão.

O crescimento exponencial do Protestantismo, que chega atualmente a cerca de 590 milhões de seguidores, produziu uma igreja com diversas faces e formas de atuação, explica o apologista.

“é um fenômeno natural, mas que precisa de acompanhamento bíblico e eclesiástico. Os casos de Paulo e João que subiram ao céu por meio de um arrebatamento são fatos bíblicos que comprovam a atuação divina sobre o homem.”, diz Bernardo.

O estudioso acredita que a forma como algumas igrejas interpretam tal fenômeno foge à reta ortodoxia e constitui-se num prejuízo ao Evangelho.

“A virtude do Espírito é dada à Igreja como uma forma de “dunamis” (poder, impulso) para que esta realize a obra de Deus (Atos 1.8). é mais um sinal interno do que externo.”, conclui Bernardo.






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O que é a Nova Era?

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Diferente de outros movimentos religiosos, a Nova Era não é um sistema unificado de crenças e práticas. Não há um líder oficial, nem sede central e muito menos rol de membros; no entanto, as muitas organizações e indivíduos que abraçaram esta visão oritentalizada do mundo, de uma forma geral compartilham os mesmos elementos. [1]

Por definição, a Nova Era é a transição da Era de Peixes (considerada pelos adeptos como uma era cristã) para a Era de Aquário, que é caracterizada pela unificação política, econômica, religiosa, social e cultural entre todas as pessoas do mundo, não importando quão diferentes sejam umas das outras. Os new agers, como são chamados os seguidores da doutrina, absorveram a ideia oriental de que a humanidade evolui de ciclo em ciclo e que ela sempre esta progredindo em direção a um objetivo pré-determinado – a Nova Era (New Age, em inglês), quando os homens “alcançarão” uma nova consciência, tendo “domínio” absoluto sobre as forças ocultas e desvendarão os segredos do ocultismo.

Outras definições

a) Elliot Miller: “O movimento Nova Era é uma rede extremamente ampla, frouxamente estruturada, de organizações e indivíduos ligados por valores comuns (baseados em misticismo e monismo – a cosmovisão de que “tudo é um”) e uma visão comum: um nova era vindoura, de paz e iluminação em massa, a Era de Aquário”. [2]

b) Dr. Walter Martin: “O nome [Nova Era] mais comum usado para retratar a crescente penetração do misticismo oriental e ocultista na cultura ocidental”. As palavras Nova Era referem-se à era aquariana, que os ocultistas creem estar reinando, trazendo consigo uma era de iluminação e paz”. [3]

c) John Ankerberg e John Weldon: “O Movimento Nova Era é um título que se refere a uma cosmovisão ou filosofia esposada por muitas pessoas”. O MNE também pode ser apropriadamente chamado de religião porque se baseia em pontos de vista religiosos. Por exemplo, os adeptos da Nova Era são partidários do panteísmo, a crença de que tudo é parte de Deus; Deus pe tudo e tudo é Deus. Creem que todo homem é parte de Deus, mesmo que os de fora do Movimento Nova Era não o compreendam”. [4]

Origem

Até o momento não existe um consenso quanto à origem da Nova Era – se é que ela teve uma origem. Vejamos algumas opiniões.

a) Natanael Rinald e Paulo Romeiro: “Alguns escritores situam a origem da Nova Era na década de 1960, e apontam como prova o surgimento do conjunto musical Hair e sua canção favorita, Aquarius, que divulgou os conceitos que fazem parte da mensagem do MNE”. [5]

b) Estevão Tavares Bittencort: “Pode-se dizer que o MNE teve inicio na década de 70 na Califórnia, como consequência do vazio deixado pelos mitos do progresso e do consumismo e em virtude da sede mística e valores transcedentais”. Como primeiros referenciais do novo movimento, estavam as religiões orientais existentes nos EUA, difundindo a yoga, a Meditação Transcendental, o Hare-Krishna e as culturas alternativas: a dos hippes ou dos “filhos das flores”, a dos psicodélicos, o esoterismo com seus segredos, as medicinas alternativas, o espiritismo ou a transcomunicação, o feminismo, o ecologismo, o pacifismo...”. [6]

c) S. V. Milton: “As expectativas dos esoteristas parecem confirmar-se em nossos dias com a repercussão obtida pela Nova Era. Surgida nos Estados Unidos, em Nova York, por volta de 1875, no inicio não estava organizada como atualmente e nem pregava as mesmas doutrinas. Ensaiava-se os primeiros passos com o nome de Sociedade Teosófica, uma espécie de confraria formada por pessoas que compartilhavam o pensamento de que todas as religiões têm pontos comuns, ou pregam as mesmas verdades”. [7]

A Era Aquariana

A transposição do Equinócio Vernal, ou ponto de primavera do Sol, o qual percorre uma nova constelação a cada mil anos, é um acontecimento astronômico normal e cíclico, que a Nova Era interpreta como sendo a “Era de Aquário”. Lauro Trevisan afirma que a humanidade passou pelas seguintes fases:

a) fase infantil: quando o homem estava inteiramente voltado para seu mundo exterior;

b) fase da adolescência: quando surgiram os grandes sonhos, as aspirações de uma vida melhor, o desejo de conquistar a Terra. Os sonhos eram maiores que as realizações;

c) fase da mocidade: quando o mundo atingiu uma evolução incrível. Invenções sobre invenções tornaram a vida muito melhor;

d) fase da maturidade: é a atual, na qual estamos entrando – a Era de Aquarius.

As eras e suas durações

Para explicar essas fases, ou eras, emprega-se uma terminologia astrológica, onde cada era tem a duração aproximada de dois mil e quinhentos anos, como segue (cf. Aquarius, a Nova Era Chegou, pp. 22, 23).

a) 4304 - 2154: Era do Touro, com o surgimento dos povos assírios e babilônicos, cuja característica era a força bruta;

b) 2154 - 4 a.C: Era do Carneiro, com o surgimento do povo hebreu, que legou a Bíblia à humanidade;

c) 4 a.C – 2146 d.C: Era de Peixes, com o surgimento do cristianismo

d) 2146 – 4296 d.C: Era de Aquarius. É a descoberta de um Poder e de uma Sabedoria infinitos no âmago da criatura humana. O homem é um ser divinizado. [8]

Organizações influenciadas pela Nova Era

1. Esalen Institute (Institute Esalen)

Constituído de um grupo organizado cujas atividades giram em função da pesquisa sobre religião, filosofia, ciência, educação e que se dá também à promoção de seminários.

2. Green Party (Partido Verde)

Partido político que desafia os políticos tradicionais a se envolverem em questões como ecologia, feminismo, desarmamento, pacifismo etc.

3. Greenpace (Paz Verde)

Organização mundial que congrega cerca de dois milhões de ativistas. O objetivo é criar uma consciência denominada “Consciência Planetária no Mundo”. Promove ecologia, desarmamento e alerta para a poluição tóxica.

4. Lucis Trust

Originalmente incorporava a Lúcifer Publishing Company, que promove os livros da profetisa Alice Bailey.

5. Planetary Citizens (Cidadãos Planetários)

Um grupo de ativistas encarregados de engendrar uma consciência planetária. Procura influenciar os líderes políticos dentro dessa consciência universal.

6. Clube de Roma

Fundado em 1968, tendo como objetivo principal estudar o futuro da raça humana, considerando o seu passado e presente, para planejar o futuro.

Outras organizações

7. Conselho Mundial de Igrejas

8. Maçonaria

9. Amorc

10. ONU

11. Cientologia

12. Instituto Internacional de Projeciologia (Waldo Vieira)

13. Comunidade Bahá’i Internacional

14. Fundação Cultural Avatar

15. Instituto para uma Síntese Planetária

16. Schumacher College


17. Osho Instituto do Brasil

18. Pax Universal [9]

Ideias e práticas peculiares da Nova Era

a) movimentos ecológicos, feministas e pacifistas;

b) Psicologia transpessoal;

c) Reencontro com as antigas tradições sagradas;

d) Florescimentos de comunidades independentes;

e) educação e medicina alternativa

f) arte planetária;

g) ufologia e seres extraterrestres;

h) carma e reencarnação;

i) canalização com mestres cósmicos;

j) musicoterapia;

k) meditação transcendental;

l) ioga;

m) movimentos bionergéticos;

n) aeróbia cerebral, que envolve visualização e repetição. [10]

Áreas de atuação da Nova Era

Segundo a Nova Era, estamos agora em uma era de mudanças em todos os aspectos da vida humana. Vejamos quais seriam estas mudanças.

Economia

a) Sistema universal de cartões de crédito;

b) Central Mundial para distribuição de alimentos, o qual controla todo o abastecimento de alimentos a humanidade;

c) Sistema de impostos mundialmente unificados (impostos cobrados pelo FMI, alíquotas de importação do Mercosul, União Européia);

d) Criação de um sistema econômico mundial.

Política

a) Grande tendência comunitária (falsa solidariedade);

b) Desaparecimento das fronteiras (blocos econômicos e políticos);

c) Língua universal (inglês?);

d) Governo unificado mundial (preparação para o governo do Anticristo).

Cultura e Sociedade

a) fim da família como base da sociedade;

b) liberdade de expressão sexual, sendo que a troca de parceiros é beéfica no processo de deificação do homem;

c) o casal deverá ser transpessoal, ou seja, devem viver em núcleos comunitários onde seja permitido o sexo grupal;

d) família global, ou seja, o indivíduo não pertence a uma família individual, mas a todas as famílias da Terra;

e) controle de natalidade

Fim das barreiras culturais

a) vestuário;

b) música;

c) língua;

d) literatura;

e) nacionalismo;

f) todo cidadão é um cidadão universal.

Educação

Os objetivos da Nova Era para a educação são:

a) rebaixar o nível educacional da sociedade;

b) impedir a influência dos pais na formação dos filhos;

c) substituir o patriotismo pelo conceito de “homem universal”.

Os meios utilizados para alcançar esses objetivos são:

a) contribuição financeira por parte de instituições ligadas a Nova Era a título de contribuição para o campo da ciência;

b) formação de professores que se encarreguem de promover os objetivos da Nova Era.

Medicina

Na área medicinal a Nova Era tem influenciado a muitos através de terapias alternativas, tais como:

a) Acumpultura: Método de aplicação de estimulo a certos pontos específicos do corpo através de agulhas. Com base na religião ocultista Taoísta, afirma-se poder estimular o fluxo da bionergia cósmica, conhecida como Ki (Japão) e Chi (China), mediante supostos canais invisíveis ou meridianos do corpo.

b) Homeopatia: Alega curar corrigindo o desequilíbrio ou problema na “força vital” ou energia da vida do corpo, que se manifestara mais tarde como doença.

d) Ioga: A verdadeira ioga é o uso ocultista de exercícios de respiração, posturas e meditação para pretensa iluminação espiritual.

Religião

A religião da Nova Era não pretende eliminar as outras, mas absolver todas. São seus objetivos:

a) descaracterizar a personalidade de Deus – Deus é tudo e é representado como uma força, uma energia;

b) despertar a consciência do homem para o fato de que pode chegar a ser Deus através da reencarnação;
c) eliminar a consciência do pecado;

d) eliminar a consciência do julgamento futuro;

e) decretar o primeiro e melhor mestre – o Maytréia (o cristo da Nova Era);

f) eliminar a consciência de salvação futura, levando o homem a procurar soluções para os problemas atuais e presentes;

g) reunir todas as religiões em torno de uma só religião mundial (ecumenismo).

Outras características da Nova Era

A fim de facilitar o nosso trabalho na identificação das marcas da Nova Era analisaremos sua linguagem, símbolos e tipos de adeptos.

1. Linguagem

A linguagem da Nova Era tem se espalhado pelas conversas públicas incentivadas pelo comportamento da linguagem dos apresentadores de programas de rádio, televisão, colunistas de jornais e revistas, escritos de autoajuda, leitores de tarô, jogadores de búzios, cartomantes, artistas, políticos e pessoas de destaque nas mais diversas áreas de atuação humana.
As três palavras mais usadas pelos adeptos da Nova Era são: Cosmos, Energia e holístico; depois temos centenas de expressões, frases e palavras que se encarregam de divulgar a Nova Era, como as que vemos a seguir.

a) Seres cósmicos – Antepassados que pela reencarnação evoluíram e tornaram-se mestres da sabedoria. Habitam no cosmos;

b) A grande mente universal – Cognome dado a Lúcifer;

c) Schambalá – O reino onde Lúcifer habita;

d) Maytréia – O Cristo da Nova Era;

e) Avatar de Síntese – Entidade espiritual que leva os homens a adoração do anticristo;

f) Família global – A transformação das sociedades do mundo numa única família (quebra das fronteiras entre as nações);

g) Colônia Global – O mundo;

h) Holístico – O homem integrado ao Cosmos;

i) Mãe Terra – A Terra como deusa;

j) Nave Terra – A Terra como uma pequena parte do Cosmos;

k) Energia cósmica em você – Os seres do cosmos irradiando às suas energias aos seres humanos;

l) Você esta em paz consigo mesmo – Convencer os homens da possibilidade de usufruir paz por si mesmo.

2. Simbologia

A simbologia da Nova Era é bastante representativo e usa símbolos criados para representar o movimento e outros (a maioria) já existentes como forma mais popular de representar suas doutrinas.

1) Arco íris – Simboliza a ponte de ligação da alma do homem com as forças do cosmos e com o próprio Lúcifer.

2) Fita entrelaçada – União infinita, perfeita e incontestável com as forças do cosmos.

3) Yin-Yang – Equilíbrio das forças positivas e negativas do cosmos dentro do homem. Na filosofia chinesa, dois grandes princípios ou forças opostos sobre os quais interagem todas as coisas no Universo. Yang é masculino, luz e positivo. Ying é feminino, escuro e negativo. Todos os fenômenos podem se classificados nestes termos.

4) Unicórnio – Absoluta liberdade de opção sexual.

5) Cruz com laço – Desprezo ao pudor e a virgindade.

6) Urano – Comunhão do homem com o cosmos, as forças cósmicas e a grande mente universal.

7) Netuno – Mudança da fé e dos valores universais e a destruição das instituições (nações, famílias).

8) Plutão – O novo nascimento do planeta. Uma irmandade universal.

9) Cruz de Nero – A verdadeira paz sem Cristo.

10) Estrela de cinco pontas – O reino de Lúcifer e o homem deificado.

11) Estrela de Davi suástica – Afronta contra Israel.

12) O Swastika (Suástica) - Símbolo da sorte ocultista. Um antigo símbolo usado bem antes de Hitler vir à cena. Ele foi usado em inscrições budistas, monumentos celtas e moedas gregas. Na adoração ao deus sol, supõe-se que representa o curso do sol nos céus.

13) Casal transpessoal – O fim do casamento, o Estado como responsável pela educação dos filhos e a implantação do aborto como forma de prevenção do crescimento populacional.

14) Computador de controle universal – O número 666 como dominador da economia mundial.

15) Lagarta – O estado atual das coisas.

16) Borboleta – O estado de coisas sob a Nova Era.

17) A cruz Tau – Uma cruz cravada na testa de toda pessoa admitida nos Mistérios de Mithras (um dos deuses dos antigos persas e arianos da Índia). Para os persas, Mithras era um “anjo de luz” ou a “luz celestial”. Ele também era identificado como o sol. O mithraismo tomou forma de uma religião de mistério com ritos e cerimônias elaborados. Ele veio para o antigo mundo romano em cerca de 75 a.C. e chegou a estar colocado como o principal competidor do cristianismo por 200 anos. Este símbolo esta presente na Maçonaria moderna sob o símbolo do esquadro em T.

18) A cabeça de Bode – O deus chifrudo, o Bode de Mendes, Bapthomet, deus das bruxas, o Bode expiatório. Esta é a maneira satanista de zombar de Cristo como o cordeiro que morreu pelos pecados da humanidade.

19) O escaravelho – Este é o besouro do esterco que é o antigo símbolo egípcio da reencarnação. É também símbolo de Baalzebub, senhor das moscas (Satanás). Este símbolo é usado dentro do ocultismo para mostrar que seu portador tem poder e é uma fonte de proteção em relação a outros dentro do reino ocultista.

20) Anarquia – Representa a abolição de toda lei. Inicialmente os adeptos da música punk usaram este símbolo, mas agora é largamente usado pelos seguidores do heavy metal.

21) O ANKH – Simboliza os ritos de fertilidade e o estabelecimento da concupiscência dentro de uma pessoa. Um espírito de luxúria é o poder desta união de representações do masculino e feminino. Algumas vezes chamado de “O selo da longa vida”. Praticantes de feitiçaria que planejam abuso sexual vestem o ANKH com uma estrela.

22) A Cruz Invertida ou Cruz Sulista – Simboliza a zombaria e rejeição da cruz de Cristo. Colares de cruzes invertidas são usados por muitos satanistas. Eles podem ser vistos em muitos músicos de rock aparecendo nas capas de heavy metal.

23) O Chifre Italiano – Também chamado de Chifre de Unicórnio ou Cajado Leprechaun. Foi introduzido pelos senhores druidas da Escócia e Irlanda. Ele era usado como instrumento dos druidas para castrar animais e humanos. Ele tem sido encantado e é usado para sorte e fortuna. É usado ainda para afastar “maluka” ou o “mau-olhado”. Também significa que Satanás tomará conta de suas finanças.

24) A cruz satânica – Um sinal de interrogação invertido na cruz de Cristo, questionando a deidade de Deus. Uma inversão deste dentro do ocultismo ainda adiciona a representação das três coroas maiores: Satanás, Belial e Leviathan, nas três barras separadas iguais. A esfera no centro é o núcleo que combina as entidades separadas em um poder completo sob Lúcifer.

25) O “S” satânico ou “S” quebrado – Representa um raio e significa “destruidor”. Na mitologia ele era a arma de Zeus. Este medalhão é usado para dar poder sobre os outros. Ele foi usado como símbolo das infames SS da Alemanha nazista.

26) A estrela e o crescente – Aqui, a deusa Diana e a estrela da manhã de Lúcifer estão representados. Este símbolo pode ser achado tanto na magia branca como no satanismo. É também o símbolo da bandeira Turca. Quando a lua esta virada com a face para a direção oposta, é primariamente satânica.

27) O Pentagrama – Simboliza a Estrela da Manhã, um nome que Satanás tomou. Este símbolo é usado na feitiçaria e em rituais ocultistas na conjuração de espíritos maus. O leitor provavelmente encontrará este símbolo encerrado dentro de um circulo que creem confinar o poder.

28) A cruz quebrada ou símbolo da “paz” – Novamente é um escárnio da cruz de Cristo. Uma pessoa que se junta ao satanismo pode, num ritual, receber nas mãos uma cruz de cerâmica para inverter e quebrar as barras a fim de mostrar rejeição a Jesus.

29) O UDJAT ou olho que vê tudo – Um dos poucos símbolos referentes a Lúcifer. Aquele que, pensa-se, condenará. O olho esta meio aberto, ilustrando ainda que você possa não pensar que Lúcifer esta observando ou julgando você, mas ele esta. Abaixo de seu olho há uma lágrima porque ele “lamenta” por aqueles que estão fora de sua influência.

30) A mão chifrada – É o sinal de reconhecimento entre aqueles que estão no ocultismo. Ela também pode ser usada inocentemente por aqueles que se identificam com a música heavy metal.

31) O Hexagrama – Também conhecida como a Estrela de Davi ou o Timbre (Crest) de Salomão. Este símbolo foi usado pelos egípcios bem antes dos israelitas o adotarem. Os judeus começaram a usar a Estrela de Davi durante o cativeiro babilônico e agora tem um claro significado judaico que não pode ser condenado. Entretanto, ele é um dos símbolos mais potentes no trabalho das forças das trevas. É o símbolo usado no trabalho de magia, na conjuração de forças que hipnotizam e seduzem. Maus espíritos juntam forças á convocação da pessoa que esta preparando o “Hex-feitiço”.

32) O triângulo ou pirâmide e olho do mal – Simboliza a seleta ordem dos Liberalistas que formaram uma religião (adoração mística) sobre os “Mistérios das Escrituras”. Eles estão no controle do olho de Lúcifer e creem que são os escolhidos por Satanás para controlar as finanças do mundo. É um dos principais símbolos em uso nos Estados Unidos, como na nota do dólar americano. Ela declara ao mundo que o olho de Lúcifer esta sobre as finanças do mundo. Atrás deles esta o deus sol, Ra. Ele dá a sabedoria aos magos financeiros que controlam os sistemas comerciais e financeiros. Encantamentos, maldições, controle psíquico e toda corrupção concebível são preparados através deste emblema.

3. Adeptos

Os adeptos da Nova Era são encontrados em todas as partes e segmentos da sociedade e em todas as épocas. Possuem evidência nos meios de comunicação em massa, na área empresarial, política e religiosa. Eles são divididos em dois grupos.

1) Ouvintes

Aqueles que se reúnem em torno de algum ponto comum de interesse como, por exemplo, a revista Ano Zero, livros de autoras como Shirley MacLaine, Marilyn Fergunson, programas de cinema e televisão, como ET, ou objetos de fonte misteriosa (discos voadores), têm pouco comprometimento com a Nova Era.

2) Estudiosos

São pessoas que estudam com mais profundidade o ocultismo e outras artes mágicas, tais como astrologia, numerologia, hermetismo, cabalismo, terapêutica espiritual, cristaloterapia, musicoterapia, piramidologia, holismo. Querem criar uma nova mentalidade para a humanidade, de acordo com o slogan “Pense globalmente, haja globalmente”, pretendendo a fusão de conceitos e comportamento de todo tipo. Eles também são conhecidos como “grupos de servidores do mundo”, ou seja, disseminadores do plano que infiltram suas doutrinas no mundo. Atualmente existem mais de 1,2 bilhão de pessoas no mundo infiltradas em todas as religiões existentes. Eis alguns dos principais líderes (adeptos) da Nova Era na atualidade.

Principais desvios doutrinários

1) Tudo é um (monismo): a realidade é uma roupa sem costura;

2) Tudo é Deus (panteísmo): Deus é uma energia, força ou consciência impessoal que se estende por tudo;

3) Jesus foi um dos mestres espirituais da humanidade, um iniciado;

4) Deificação e salvação por si mesmo: a maior conquista do homem de Aquarius será a descoberta de Deus no âmago do seu ser. Busca interior do poder, o conhecimento e a saúde;

5) Potencial Paranormal: o homem pode experimentar percepções extra sensoriais, telepatia, contatos com espíritos (espiritismo);

6) Ecumenismo: todas as religiões são na realidade uma, e ensinam o mesmo caminho;

7) Evolução cósmica: a raça humana esta progredindo em direção a uma “nova era” de paz e prosperidade.

Referências Bibliográficas

1. Nova Era – Enigma de Satanás, p. 7, Wanderley Xavier, A.D.Santos editora.

2. A Crash Course on The New Age Moviment – “Uma breve introdução Ao Movimento Nova Era”, p. 15, (Elliot Miller).

3. The New Age Cult – “O Culto da Nova Era”, p.18, Walter Martin.

4. The facts on the New Age Movement – “Os fatos sobre o Movimento Nova Era”, p.7, John Ankerberg e John Weldon.

5. Desmascarando as Seitas, p. 131, Natanael Rinald e Paulo Romeiro, CPAD.

6. Crenças, religiões, igrejas & seitas: quem são? p.147, Estevão Tavares Bittencort

7. Os perigos ocultos da Nova Era, pp. 43, 44, S. V. Milton, A. D. Santos editora

8. Desmascarando as Seitas, pp. 133, 134, Natanael Rinald e Paulo Romeiro, CPAD

9. Ibidem, pp. 138, 139

10. Id. Ibidem, p. 132



Johnny T. Bernardo
do INPR Brasil



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O que é o Culto ao Vodu?

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O termo vodum ou vodu, como chamamos, teve sua origem no oeste da África, num reino chamado Daomé, atualmente conhecido como Benim. Com a escravidão do século XIX, os nativos de Daomé foram capturados e levados para que fossem trocados por armas e alimentos por mercadores europeus, o que os levou a se estabelecer em muitas partes das Índias Ocidentais e no Haiti. Como na época a Igreja Católica demorou a constituir um clero que pudesse batalhar pela religião “cristã” no Haiti, esta ausência prolongada deu aos escravos a oportunidade de combinarem a sua religião, o Vodu, com o catolicismo, formando um denso sincretismo religioso. Diz-se que 95% dos haitianos são católicos e 100%, adeptos do voduísmo. Tanto é assim que, às vezes, é difícil saber onde acaba o catolicismo e começa o voduísmo.

O Voduísmo nos Estados Unidos

O Vodu chegou aos Estados Unidos há cerca de dois séculos, quando os primeiros escravos foram trazidos para trabalhar na lavoura. Após 1803, a prática do voduísmo se organizou, desenvolvendo-se principalmente em Nova Orleans. No livro Em Busca das Sociedades Secretas, escrito por Clayton Matheus, o autor cita inúmeros líderes do culto ao Vodu, que nos Estados Unidos tornaram-se ricos e famosos. Entre eles está a mãe-de-santo Sanite Dede, que em 1825 chegou ao auge de sua fama, conseguindo, inclusive, comprar a sua liberdade graças ao dinheiro ganho com a prática do Vodu. Além dela, existiram outros voduístas muito conhecidos nos Estados Unidos, como o negro João. Ele chegou à Nova Orleans e aos poucos foi acumulando uma fortuna invejável. Depois de construiu uma mansão, adotou 50 filhos.

Entre os adeptos do Voduísmo, as figuras mais conhecidas, entretanto, foram Marie Laveau e sua filha. Com forma física escultural e cabelos pretos muito cumpridos – sua origem misturava negro, índio e branco -, Marie mãe atingiu o auge de sua “fama” em 1830. A filha se beneficiou da reputação da mãe e, desde o começo, provocou mais medo e temor que sua genitora. Marie vendia bolas enfeitiçadas, feitas de cera preta com pedaços de carne humana. As bolas eram espetadas com alfinetes ou marcadas com sangue. Deveriam ser roladas no quintal das pessoas visadas. Depois de algum tempo, todos os que ali moravam morriam inexplicavelmente. Uma mulher que conheceu Marie (filha) disse que ela matou uma porção de pessoas com seus rituais de magia negra Vodu.

Como nas cerimônias realizadas na África, os rituais praticados nos Estados Unidos eram extremamente diabólicos. Nos primeiros anos do culto em Nova Orleans, as cerimônias geralmente eram realizadas às margens do lago Pontchartrain, em meio a muitas fogueiras e batidas de atabaque. Durante um ritual, a mãe de santo ficava em cima do caixote, transmitindo os poderes através de gestos com as mãos. O Zumbi, o deus Vodu, era representado por um dançarino, que recebia várias oferendas que deveriam ser colocadas num recipiente com água fervente. Vestido com uma tanga vermelha, o dançarino pulava no terreiro, tendo nas mãos um caixão de um recém-nascido, que ele colocava aos pés da sacerdotisa. Depois, ele rodava em volta da fogueira e desmaiava. Em seguida, todos começavam a dançar e a beber, entrando num transe coletivo e êxtase geral.

Naturalmente, não existem números exatos de praticantes do vodu no país, mas se pode afirmar, com bastante certeza, que dois terços dos adeptos são negros.

Principais características do culto ao Vodu

a) Coluna pateau – mitan

Como em muitas religiões, o vodu também possui um templo. Mas o que caracteriza o santuário vodu é uma coluna chamada pateau-mitan. Localizada no centro do santuário, essa coluna é considerada sagrada pelos seguidores e é em sua volta que as cerimônias de comunicação são realizadas. Ao redor do pateau encontram-se desenhos decorativos chamados vevers. São representações heliográficas de diversas entidades adoradas no Vodu.

b) Boneco Vodu

O instrumento básico utilizado em invocações de entidades é o boneco vodu. Esse símbolo recebe o nome de fetiche, palavra que significa “feitiço”, ou para designar algo “feito com as mãos”. O boneco Vodu é confeccionado pela pessoa que vai executar o trabalho de magia e pode ser feito com qualquer massa de modelar. Enquanto molda o fetiche, seu construtor deve mentalizar seus objetivos e enviar energia para o boneco. O fetiche deve ser feito com a semelhança anatômica de uma pessoa: cabeça, tronco e membros. Partes indispensáveis para a “eficácia” da magia são os órgãos genitais masculinos ou femininos. Para batizar o boneco, amarra-se nele um pedaço de papel com a inscrição do nome da pessoa a quem quer enfeitiçar.

c) Zumbi

Segundo o voduísmo, o processo para se chegar a ser um zumbi é feito por meio de ervas capazes de deixar a pessoa em estado de morto-vivo. Segundo o médico Carlos Alberto Serafim, especialista em cardiologia, esses componentes de ervas deixam o batimento cardíaco mais lento. As ervas utilizadas pelos sacerdotes vodu têm a capacidade de dilatar as pupilas, fazendo a pessoa perder a sensibilidade à luz e deixando-a em um estado de transe, o que facilita o processo de ritual feito pelo sacerdote, uma vez que o candidato torna-se totalmente manipulável.

d) Hugans e Mambos

Toda cerimônia vodu possui um rei e uma rainha, uma mãe e um pai. Eles são conhecidos por hungans. A terminologia conferida a mulher é mambo. Ao hungan é atribuída a responsabilidade de presidir o santuário (hunfort), além de atuar como curandeiro, adivinho e exorcista. Nas comunidades em que se observam falta do hungan (sacerdote) a mulher toma a frente, sendo considerada a maior autoridade religiosa.

e) Cerimônias Vodu

Geralmente, as cerimônias são realizadas no período noturno. Fazem parte do ritual: bebidas de rum, frutas e jarros de barro. As bebidas e comidas são erguidas e oferecidas aos Loas, para invocá-los. No intuito de alegrar essas entidades, os voduístas lhes oferecem também sacrifícios de aves, porcos, galinhas, bodes e afins. Após as oferendas com danças, os Iaôs possuem os corpos de seus cavalos (iniciados). No vodu, mais ou menos como ocorre na Umbanda, as danças em volta do ponteau-mitan são de suma importância, pois servem para se obter a espiritualidade; as pessoas que se envolvem com a dança são mais rapidamente possuídas.

Para cada divindade existe um tipo de música, instrumento e ritmos específicos, segundo o gosto de cada Loa, que exige que tudo seja “purificado” e consagrado para o ritual. Na Umbanda, os atabaques também são consagrados para fazer que os orixás de Aruanda e Orum se manifestem.

f) O feitiço Vodu

Dentro do sistema de crenças Vodu, o Zumbi é um dos feitiços mais temidos. Muito mais que a magia dos bonecos. O Boker, praticante de magias e feitiços, possuído por uma entidade chamada Baron samedi, fornece as diretrizes para a pessoa que deseja praticar a magia. O “cliente” tem de ir ao cemitério, à meia – noite, e ali apresentar suas ofertas especiais às divindades. Ali, ele deve tomar um punhado de terra para cada pessoa que deseja matar. Após pegar a terra, o praticante deve espalhá-la pelos lugares em que suas vitimas costumam passar. Depois, retira algumas pedras de um túmulo, as quais servirão para realizar o desígnio maligno. Quando o praticante joga a pedra na porta da casa da pessoa para qual a magia foi direcionada, a vitima começa a adoecer e a emagrecer, chegando à morte em curto espaço de tempo.

g) Divindades

No voduísmo, os nomes das divindades se alteram, dependendo da região onde o ritual é praticado, mas a maioria dos adeptos dessa prática considera o panteão que veio do Oeste Africano. As entidades desses panteões, por muitas vezes, são consideradas pelos adeptos como espíritos de pessoas que já morreram, homens que tiveram importância dentro da comunidade religiosa, príncipes ou sacerdotes. Esses espíritos levam o nome de Loas, e podem ser classificados em entidades em dois grupos:

* Rada: entidades transmitidas por Daomé;
* Petros: entidades que, ao longo do tempo, infiltraram-se na pratica religiosa vodu.

Segundo o vodu, as manifestações dos grupos petros e rada têm personalidades e sensibilidades definidas e procuram sempre seguir uma família específica de adeptos. Outras divindades são públicas, manifestando-se em qualquer pessoa.



Johnny T. Bernardo
do INPR Brasil





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Fim dos Tempos: a verdade sobre José Luiz de Jesus Miranda

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Jesus Cristo desembarcou no aeroporto internacional do Rio na sexta-feira de manhã, vindo de Miami, com toda a pinta de turista: chiclete na boca, óculos de sol, Rolex no pulso e corrente de ouro no pescoço. Despontou no saguão, e as 300 pessoas que haviam madrugado ali foram ao delírio. Uma bateria de escola de samba deu início à batucada, e mulatas se requebraram em sinal de boas-vindas. Seguranças tiveram de abrir passagem. “Jesus Cristo” sorriu, deu a mão aos mais eufóricos e enxugou o suor do rosto com um lenço. Antes de entrar no carro que o levaria para um hotel cinco estrelas na Barra da Tijuca, outro êxtase: tirou o blazer e exibiu tatuado no braço um 666, o número bíblico da besta.

Foi com essa tônica que o jornal O Estado de São Paulo descreveu a primeira visita de Jesus Cristo após se “reencarnar” na pele de um porto-riquenho. José Luiz de Jesus Miranda é o líder de uma igreja que proclama que o diabo foi destruído por Cristo na cruz e que o pecado não existe mais. Chamado de Cristo, Anticristo e 666, o líder portoriquenho criou uma legião de seguidores fanáticos que tatuam em sua própria pele o número da besta, que eles chamam de o "número da prosperidade". Aceitam apenas os escritos de Paulo, e rejeitam os demais livros da Bíblia - todos eles "corrompidos".

Com discípulos em 30 países do mundo, o Ministério Creciendo en Gracia é mais conhecido pelos "piquetes" que promove contra a Igreja Católica e os evangélicos. Na visita do Papa Bento XVI ao Brasil, em maio de 2007, cerca de cinquenta seguidores de Miranda foram presos enquanto protestavam em frente ao estádio do Pacaembu. Em Miami, onde são em maior número, eles são conhecidos praticamente por toda a sociedade e alvo de inúmeras especulações por parte da mídia local. Foi o jornal Miami Herald que trouxe as primeiras denúncias contra o fundador, que abriu uma ferida jamais fechada por seus seguidores.

Infância conturbada

Natural de Ponce, a terceira cidade mais importante de Porto Rico, José Luiz de Jesus Miranda nasceu em 22 de abril de 1946. Com uma infância conturbada, foi criado em meio à extrema pobreza e por várias vezes se envolveu em pequenos furtos, drogas e prisões decorrentes de sua vida desregrada. Aos 20 anos de idade (1966) disse ter tido seu primeiro "contato" com o Evangelho. Após participar de um culto, se "converteu" ao pentecostalismo e mais tarde fez-se membro da Igreja Batista. Antes disso, passou pela Igreja Católica e religiões nativas.

Pouco tempo depois, José Miranda decidiu se mudar para os Estados Unidos, onde entrou em contato com a Igreja Batista do Sul. Em 14 de abril de 1971 casou com Nydia de Jesus, com quem teve cinco filhos.

Obcecado por pesquisas escatológicas, dedicou parte do seu tempo ao estudo do Apocalipse. Após longas noites de reflexão, chegou à conclusão que João não compreendeu o verdadeiro significado da profecia. Ao consultar o mapa múndi, verificou que a cidade em que nasceu estava exatamente sob a latitude 66,6. A partir de então, começou a desenvolver a ideia de que a marca da besta estaria de alguma forma relacionada a ele.

A revelação

Segundo Miranda, a sua trajetória como “Cristo” teria começado em 1973, em Massachusetts, EUA, quando dois anjos (ou pessoas, segundo algumas versões) aparecerem e revelaram que ele era o Messias, o Cristo reencarnado que deveria trazer salvação completa aos homens. Foi a partir daí que ele começou a sua trajetória “messiânica”, buscando convencer a quem lhe desse ouvidos que ele era o “Cristo” reencarnado e que somente através dele o homem poderia alcançar a vida eterna.

Por essa mesma época Miranda fez uma de suas mais críticas afirmações: “Eu sou maior que Jesus... eu ensino melhor que ele”. Obviamente, tal declaração é rechaçada pelos adeptos da seita que afirmam que seu líder jamais disse ser Jesus ou maior que este. O reconhecimento – da divindade de Miranda – se deu, segundo eles, pela própria Igreja Cresciendo en Gracia.

Havia passado apenas seis anos desde que Miranda se “converteu” ao cristianismo, se destacou como pregador eloquente e plantador de igrejas, quando Deus teria vindo ao seu encontro e “revelado” sua missão. Algo semelhante acontece em outras seitas, como as Testemunhas de Jeová e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Charles Russel e Joseph Smith também provinham de famílias protestantes, que viam a Bíblia como a inerrante Palavra de Deus, mas que com o tempo mudaram sua forma de pensar. Foram influenciados por algo externo a eles, como revelações “sobrenaturais” e apóstatas do Evangelho. Seguiram o caminho de Balaão.

A instrução de Paulo aos gálatas não nos deixa em dúvida: “Mas, ainda que nós ou um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que nós temos pregado, seja anátema” (Gál. 1.8). O Ministério Creciendo en Gracia prega outro evangelho e, consequentemente, outro Jesus.

Contradições

A vida de José Luiz de Jesus Miranda é recheada de mentiras e contradições. Seus discípulos tentam ao máximo que podem esconder tais contradições, alegando que seu líder não tinha convicção (à época) de sua verdadeira vocação. Mesmo diante das negações, existem documentos que provam que Miranda jamais poderia ser Jesus (pelo menos não o do Novo Testamento).

Em 1973, segundo exposto no texto acima, Miranda teria recebido a “revelação” segundo a qual ele seria a reencarnação de Jesus e que deveria combater os inimigos de Deus. Passados apenas 15 anos (isso em 1998), ele se levantou contra a "revelação" anterior e passou a se apresentar como a "reencarnação" do apóstolo Paulo. Isso mostra quão confuso e distante estava Miranda do verdadeiro Evangelho. Se ele era mesmo Jesus, por que tanta confusão quanto a sua identidade? Pelo o que sabemos dos evangelhos, Jesus jamais se confundiu no que dizia respeito a sua relação com o Pai e missão no mundo. Miranda parece ser um "cristo" confuso, porque ora se identifica com Jesus, ora com Paulo.

Insatisfeito com sua condição de apóstolo "reencarnado", mais uma vez José Miranda se apresentou a igreja em Miami como o Cristo ressurreto. Isso é uma espinha na garganta dos seguidores, que para fugir da verdade argumentam que Miranda jamais disse ser Jesus. Isso vai contra o que o próprio Miranda anuncia aos quatro cantos da terra, em entrevistas e teleconferências. Prova disso é que nem mesmo a sua família ficou ao seu lado. Segundo testemunhou posteriormente, seu esposo mentiu ao se revelar como Jesus, e que o interesse por trás era o dinheiro que ele poderia arrancar dos fieis.

Mesmo diante das inúmeras críticas e denúncias publicadas em jornais dos EUA e Porto Rico, José Luiz Miranda prosseguiu em sua afirmação e foi mais além: em 2007, durante um culto na sede em Miami, tirou o casaco e surpreendeu a todos ao mostrar tatuado em seu antebraço o número 666. Foi a gota d'água para que pipocassem inúmeras outras denúncias e deserções. Muitos crentes, perplexos com a nova revelação do seu líder, abandonaram a igreja e passaram a fazer franca oposição a ele. Jornais, programas humorísticos, canais abertos e privados, exploraram o assunto por semanas. Virou o tema do momento. Mas era só o começo de uma série de irregularidades que viriam a público nos EUA e países latinos.

Problemas com a justiça

Para desespero dos que acreditam que José Luiz de Jesus Miranda é mesmo a reencarnação de Jesus, há inúmeras denúncias de enriquecimento ilícito e problemas conjugais envolvendo o líder porto-riquenho. Tais denúncias põem em cheque uma vez por todas as pretensões de Miranda, pois revelam fatos até então desconhecidos do público em geral e dos seguidores da seita. Há uma blindagem no sentido de impedir que tais informações cheguem ao conhecimento de brasileiros e colombianos, povos alvos no trabalho de proselitismo na América do Sul.

Pelo o que podemos absorver da história de José Miranda, não há nada que indique uma conduta tipicamente messiânica, com retos padrões de moralidade e pudor. Mesmo depois de se auto-proclamar como "Jesus Cristo" (2005, Flórida, EUA), aparentemente nada mudou na vida e ministério desse controvertido líder porto-riquenho. Tamanha era a sua falta de sanidade que até mesmo sua mulher Nydia e seus cinco filhos o abandonaram, regressando para Porto Rico e organizando uma Igreja que denuncia os abusos cometidos por seu ex-marido.

Depois de Nydia, José Miranda contraiu um novo matrimônio com Josefina de Jesus Torres, separando-se pouco tempo depois. Após esse novo matrimônio, José Miranda passou a frequentar com maior regularidade os tablóides dos EUA, acusado de não pagar a pensão a sua ex-mulher Josefina. Após uma sentença promulgada por um tribunal da Flórida, que determinava o pagamento das pensões, Miranda desapareceu dos EUA e somente algum tempo depois retornaria a Flórida. Em resposta, o juiz Roberto Pineiro determinou a desapropriação de alguns bens de Miranda, como uma casa em Houston, para pagar os cinco meses de pensão atrasados, num montante de 72.000 dólares.

O principal motivo que levou Josefina Torres a pedir o divórcio, foram os constantes maus tratos praticados por José Miranda. Segundo consta nos autos do processo, Josefina testemunhou que seu então marido a empurrou contra uma cerca e emocionalmente a abusou, ameaçando enviar anjos da destruição para ela e seus filhos.

Prostituição e poligamia

Após esse divórcio, Miranda passou a ser acusado de manter relações sexuais com inúmeras meninas nos EUA e países latinos. No Brasil, suspeita-se que Miranda teria alguma relação com a cantora Rebequinha, que em vídeos no YouTube exalta Miranda como "Jesus Cristo homem". Aos oitos anos de idade, em um clipe gravado em uma praia do nordeste, um trecho da música cantada por ela causou uma grande polêmica:

"Nem todas as riquezas deste mundo podem me separar de você José Miranda... você pode pegar uma legião de mulheres com chapéus de cowboy e franjando suas saias...". Em outro vídeo, feito já em sua maioridade, Rebequinha canta: "... podem falar o que quiser de mim, seu nome é José Luiz...".

Seria mera coincidência o fato que em Honduras, após um culto celebrado por discípulos de José Miranda, um jovem chamado Hernandez procurou seu pastor e revelou algo surpreendente.

"Eles nos disseram que nós podemos ter até 12 mulheres que não é errado, e se virmos alguma mulher na rua, podemos levá-la também".

Hernandez revelou ainda o interesse do Ministério Cresciendo em Gracia de alcançar os evangélicos hondurenhos, além de comprar seus templos.

José Miranda não é o Jesus do Novo Testamento

1. José Luiz de Jesus Miranda

a) Ostenta uma vida de luxo e badalação
b) Casou duas vezes e é pensionista delas
c) Foi viciado em heroína e por muitos anos esteve preso
d) Em 1998 disse ser a reencarnação de Jesus, diferindo de 1973 quando afirmou ser Jesus.
e) Promove violência e intolerância religiosa
f) Está sendo processado por enriquecimento ilícito
g) Aparece em uma lista da NNDB como uma das personalidades americanas pegas dirigindo embriagado

2. O Jesus do Novo Testamento

a) Não era rico, nem ostentava uma vida de badalação
b) Não era casado nem pagava pensão
c) Não era viciado em heroína ou em qualquer outra droga do gênero
d) Jamais negou sua filiação divina, nem tinha dúvida de sua chamada
e) Não incitava a violência e/ou intolerância religiosa
f) Nunca se envolveu em escândalos financeiros
G) Jesus jamais se intoxicou com bebida alcoólica


Johnny T. Bernardo

é apologista, escritor, jornalista, colaborador da revista Apologética Cristã e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de seitas e heresias, sendo um dos seus campos de atuação a fenomenologia religiosa e religiosidade brasileira.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

Contato

pesquisasreligiosas@gmail.com
johnnypublicidade@yahoo.com.br



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