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Michael Jackson: depois de um ano, a polêmica continua

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Há exatamente um ano morria Michael Joseph Jackson, ou apenas Michael Jackson, como preferirem, aos 50 anos de idade. Fiquei pensando muito nesta data, primeiro por perceber como o tempo passa rápido... e depois por ver que, talvez, o cantor tenha sido mais adorado em sua morte do que nos últimos anos de vida.

Porém, nessas breves linhas, quero refletir sobre uma polêmica que, 365 dias depois da passagem do artista “dessa para melhor” (tenho lá minhas dúvidas se foi para melhor mesmo), ainda alimenta os blogs de vários ex-Tj’s e a mente de testemunhas ativas:

Michael Jackson era ou não Testemunha de Jeová?

A coisa é mais complicada do que parece, porém a resposta é mais simples do que imaginam. Primeiramente, temos que lembrar que a Organização das Testemunhas de Jeová, cujo braço legal é a Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e Tratados, nos Estados Unidos, e a Associação das Testemunhas Cristãs de Jeová (ATCJ), no Brasil, caracteriza-se pela inconstância doutrinal, que eu chamo de “fluidez teocrática”: assim como a água toma a forma do objeto que a contém, da mesma maneira os ensinos das testemunhas se adaptam aos tempos e às conveniências sociais, culturais e, principalmente, econômicas. Em outro artigo prometo explicar essa minha teoria melhor, mas desde já quero dizer que, pela contagem de nosso irmão Fernando Galli, apologista de primeira (visitem: http://iacs33.blogspot.com), já mudaram de ensino 315 vezes até o começo de 2010.

Pois bem, até os fins da década de 1980, ser publicador (pessoa que vai à pregação, ao serviço de campo) era a coisa mais fácil que havia. Bastava estar estudando a Bíblia há algumas semanas, se arrumar bonitinho com sua melhor roupa domingueira, colocar uma bolsa ou pasta com a Bíblia dentro e alguns tratados (panfletos) ou revistas A Sentinela para distribuir, e aparecer na reunião de saída de serviço de campo. Aí você seria escalado para sair com alguém de sua família, se fossem TJ’s, ou com seu instrutor (pessoa que realiza o estudo da pessoa) ou mesmo um ancião (líder). Você seria contado como publicador não batizado quando entregasse à congregação o seu primeiro relatório de campo, ou seja, a compilação mensal de seu trabalho na pregação, em que se deve especificar a quantidade de horas gastas, os livros e revistas distribuídos e estudos realizados. A partir daí, seria aberto uma ficha em seu nome, que ficaria nos arquivos da congregação, com a sua “ficha corrida” de serviço, e você seria contado como membro efetivo. Para todos os efeitos, sua atividade seria enviada para “Betel” (o escritório nacional, em São Paulo), e nas estatísticas anuais você seria contado normalmente como uma das milhões de testemunhas ativas no mundo.

O fato de a pessoa sair ao serviço de campo, falar com as pessoas sobre Jeová de maneira oficial, possuindo o cartão de publicador, a identificavam, e até hoje é assim, como uma Testemunha de Jeová. A única coisa que mudou a partir do início dos anos 90 foi que, a partir de então, para ser contado como publicador não batizado, seria necessária uma reunião com alguns anciãos para formalizar sua entrada no rol dos pregadores. Lembro-me que, em 1994, quando me tornei publicador não batizado, a norma já havia mudado, e os anciãos foram em minha casa com meu instrutor fazer uma pequena sabatina para saber se eu me habilitava para ir ao serviço de campo. No final da palestra, eles enfatizaram isto: apesar de eu não ser batizado ainda, mesmo assim, aos olhos da comunidade, eu seria uma Testemunha de Jeová.

Que dizer então de Michael Jackson? Ele pregava com sua família lá na década de 70, antes de os procedimentos de aceitação como publicador mudarem. Por isso, fato incontestável é que ele saía ao serviço de campo com a mãe e os irmãos.



por Cleber Tourinho

ex-testemunha de Jeová, professor, linguista, revisor de textos, orientador em Medotodologia da Pesquisa Científica e está mestrando em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia





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Michael Jackson: testemunha de Jeová, muçulmano e polêmico

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Há exatamente um ano era anunciada ao mundo a morte de Michael Jackson. Ele foi, sem dúvida alguma, uma das figuras mais polêmicas e emblemáticas do século XX e início do XXI. Da sua infância pobre em Gary, Indiana (EUA), onde morou em uma pequena casa de dois quartos, até a fama que o consagraria como o King of Pop ("Rei do Pop"), Michael Jackson passaria por uma série de crises. Apontado ainda como o "maior ícone negro de todos os tempos", o cantor viu seu prestígio começar a desaparecer quando em agosto de 1993 um garoto de 13 anos, Jordan Chandler, representado pelo advogado civil Larry Feldman, acusou Michael Jackson de abuso sexual. A notícia se espalhou rapidamente pelo mundo, fazendo com que o rei do pop fosse da glória para o inferno da depressão e do alcoolismo. Foi internado às pressas em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos da Irlanda do Norte, aos cuidados do terapeuta Beauchamp Colclough, alegando a necessidade de se restabelecer de um vício em analgésicos.

Em 2003, outra bomba: o adolescente Gavin Arvizo também teria acusado Jackson de abuso sexual. Mais uma vez o cantor enfrenta um período de crise, com momentos de stress agudo e perca de peso, que viria a alterar a sua aparência. Durante o julgamento, o perfil de Jackson foi examinado por um profissional da saúde mental chamado Dr. Stan Katz, que constatou que o cantor tinha a idade mental de um garoto de 10 anos, mas que não via nele as características de um pedófilo. Em sua defesa, Elizabeth Taylor declarou a um programa de televisão que quando Gavin foi a casa do cantor, "Não houve nada de anormal. Nós rimos como crianças, assistimos um monte de filmes da Disney. Não houve nada de estranho, nem de inapropriado ."

Apesar da falta de provas que condenasse Michael Jackson, sendo absolvido em junho de 2005, três anos depois o cantor venderia o rancho Neverland, local em que supostamente teriam acontecido os "abusos" contra Jordan Chandler e Gavin Arvizo. No mesmo ano foi lançado pela SonyBMG o Thriller 25th, uma edição comemorativa dos 25 anos do lançamento de Thriller, o seu mais conhecido álbum.

Religião

A vida de Michael Jackson foi marcada também por uma "forte" devoção religiosa. Quando criança, sua mãe, Katherine Jackson, passou a frequentar um salão do reino da cidade de Gary e, apesar da proibição do seu marido, as crianças seguiram os passos da mãe e tornaram-se testemunhas-de-jeová e passaram a praticar a evangelização de porta em porta. Mesmo depois de crescer e alcançar o sucesso mundial, Michael continuou adepto das testemunhas-de-jeová, embora não tão devoto quando garoto. Sua saída da organização somente se deu após o lançamento do Thriller, álbum recheado de referências ao ocultismo. Pressionado pela Torre de Vigia, Jackson redigiu uma carta solicitando sua desassociação das Testemunhas de Jeová. Foi uma forma encontrada para que nem ele nem a organização fossem prejudicados pelo imbróglio.

Após a saída das Testemunhas de Jeová, Michael se converteu ao Islamismo. Tal teria acontecido em 2008, possivelmente após a sua estadia em Bahrein. Segundo relatou o jornal "The Sun" há época, usando roupas islâmicas tradicionais, Jackson converteu-se num ritual realizado na casa de um amigo em Los Angeles. Ainda segundo o jornal, na ocasião o cantor que estava sentado no chão e usando um pequeno chapéu, recitou a ‘shahada’, uma declaração oficial de fé, diante de um Imã, líder religioso, e jurou fidelidade ao Corão, livro sagrado do Islamismo. Como parte do processo de adoção da religião islâmica o cantor mudou o seu nome para Mikaeel.

Em 25 de junho de 2009, foi noticiado que Michael Jackson sofreu uma parada cardíaca em sua casa, na vizinhança de Holmby Hills, Los Angeles, CA, Estados Unidos. Era o fim de um mito, de uma figura que encantou multidões e deixou outras preocupadas com as denúncias de maus tratos e pedofília.



por Johnny T. Bernardo
do INPR Brasil






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A Abóboda Inexpugnável Mórmon

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Chamada por Jimmy Swaggart de "abóboda inexpugnável" (abóboda é uma construção em forma de arco), o empreendimento que custou cerca de 2 milhões de dólares aos cofres mórmons e que localiza-se a 32 quilômetros de Salt Lake City foi construída entre os anos de 1958 e 1963. Com seis aberturas no lado norte do Canyon, escavadas a 600 metros de profundidade, a abóboda dispõe de escritórios, laboratórios de processamento de microfilmes, câmaras de armazenamento de dados, casas de envio e docas.

Depois dos laboratórios, as câmaras são as mais importantes dentre os departamentos do quartel general mórmon. Com cerca de 190 metros de cumprimento cada uma e com portas que pesam 14 toneladas, as seis câmaras são acessadas por uma entrada principal e duas menores e foram projetadas para resistir a uma explosão nuclear. Objetivo? Servir de abrigo para os microfilmes genealógicos e outros registros da igreja.

A preservação e pesquisa genealógica é uma constante no Mormonismo que investe milhões todos os anos. As informações contidas nos microfilmes advêm de pesquisas em bibliotecas, igrejas, órgãos governamentais e se referem ao nascimento, casamento, óbito de inúmeros indivíduos. O processo de preservação dos originais por microfilmes começou em 1930 pela Sociedade Genealógica de Utah, entidade criada pelo Mormonismo em 1894. Em 1940, a tecnologia passou a ser usada em bibliotecas da Inglaterra, Dinamarca, Holanda, País de Gales, Noruega, Itália etc.

Com o crescimento do número de microfilmes produzidos a partir de Utah, que em 1950 chegaram a 100.000 rolos, foi proposta a ideia de construção de um abrigo subterrâneo onde os rolos seriam ao mesmo tempo produzidos e armazenados. Foi assim que, em 1963, foi concluída a construção do bunker. Sessenta e cinco pessoas se revezam na administração do local, realizando tarefas que envolvem duplicação de microfilmes, masterização de impressão e conversão de microfilme para tecnologia digital.




De acordo com a Biblioteca de História da Família e da Sociedade Genealógica de Utah, há em torno de 2,4 milhões de rolos de microfilmes disponíveis nos subterrâneos da montanha. Embora o acesso ao local não seja aberto ao público, a Igreja desenvolveu um sistema em que qualquer pessoa, de qualquer lugar do mundo, possa acessar os arquivos através dos centros de história da família ou por meio da página familysearch.org. No Brasil, o principal centro de pesquisa foi inaugurado em 1984, no bairro do Morumbi (SP). Em Portugal, há em torno de 20.

As genealogias estão no cerne da crença mórmon. Desde que foi estabelecido o batismo pelos mortos (ou batismo por procuração), os mórmons perceberam a necessidade de conhecer seu próprio passado como forma de "salvar" seus ancestrais. No livro "Ensinamentos dos presidentes da Igreja", Heber J. Grant faz o seguinte comentário sobre o trabalho de compilação de genealogias.

"A partir da época da visita de Elias, o profeta, restaurando as chaves que ele possuía e voltando o coração dos filhos aos pais [ver D&C 110.13-15], tem-se observado, no coração das pessoas de todo o mundo, o surgimento de um desejo de aprender sobre seus antepassados.

Os homens e mulheres de todo o mundo têm organizado sociedades, procurado dados de seus antepassados e compilado registros genealógicos de seus familiares. Têm-se gasto milhões de dólares com essa finalidade. Já conversei diversas vezes com homens que despenderam grandes somas para coligir um registro de seus antepassados, e depois de terminarem, quando alguém lhes perguntava o motivo de tal empreitada, eles respondiam: "Não sei; fui impelido por um desejo incontrolável de compilar esse registro e de investir financeiramente nisso. Agora que terminei, não tenho nenhum uso especial para ele". Os santos dos últimos dias dão a esse tipo de dados um valor inestimável.

Oro para que o Senhor nos inspire a todos para que tenhamos maior diligência ao realizarmos com todas as nossas forças os deveres e labores que nos cabem no tocante à obra vicária por nossos antepassados (...) Quando buscamos com sinceridade, ano após anos, conhecer sobre nossos familiares que morreram sem o conhecimento do evangelho, tenho certeza de que o Senhor nos abençoa para que tenhamos êxito". Grant concluiu dizendo que "a salvação dos mortos é um dos propósitos da restauração do evangelho eterno e do restabelecimento da Igreja de Jesus Cristo nesta época".

De acordo com Mario Silva, diretor responsável pela coleta das informações genealógicas na região que abrange Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, "na doutrina da Igreja, os relacionamentos familiares são eternos, não acabam com a morte. Daí a importância de as pessoas conhecerem a fundo a origem de suas famílias".



por Johnny T. Bernardo
do INPR Brasil








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O mormonismo em poucas palavras

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O Mormonismo ensina que Deus era um homem como nós que habitava em outro mundo e que progrediu até tornar-se deus seguindo as leis e ordenanças do deus de seu mundo de origem.

Ele agora governa este mundo, pois alcançou a condição divina. Sendo deus e sua esposa pessoas exaltadas, ou seja, deidades, possuem ambos um corpo físico e geram filhos espirituais que crescem e amadurecem no reino espiritual. O primeiro espírito que nasceu no reino espiritual foi Jesus. Logo em seguida veio Lúcifer e, então, todos nós. O Mormonismo ensina que nós pré-existíamos no reino espiritual, que fomos gerados pela união de deus com sua esposa deusa. Portanto, já existíamos em espírito antes de entrarmos em nossos corpos humanos através do nascimento aqui na Terra. Durante essa "compressão" na forma infantil, a memória de nossa pré-existência foi "velada".

Contudo Elohim, o deus Pai, preocupava-se com a salvação da Terra e resolveu criar, então, um plano de salvação. Jesus concordou com o plano do Pai. Lúcifer se opôs; encheu-se de inveja e se rebelou contra o Pai. Durante sua rebelião, convenceu um grande número de espíritos para juntar-se a ele em sua oposição a Deus. Porém, sendo Deus mais poderoso do que eles, os amaldiçoou, transformando-os em demônios. Desta forma, eles nunca poderão nascer em corpos humanos. (Alguns escritos Mórmons afirmam que Jesus e Lúcifer elaboraram um plano cada um. Deus escolheu o plano de Jesus, incitando a inveja e a rebelião de Lúcifer.

Os demais espíritos permaneceram ao lado de Deus. E porque escolheram o melhor caminho, quando chegar o momento de viverem na terra, terão o privilégio de escolher nascer no local e na raça que estiver à altura das escolhas que fizeram no reino espiritual.

No plano de salvação Mórmon havia a necessidade de um salvador: Jesus. Mas Ele era um espírito e estava no céu. Para que ele nascesse na terra, Brigham Young - o segundo profeta da Igreja Mórmon - afirma que Deus, o Pai, deitou-se com Maria, em vez de deixar que outro homem o fizesse. Disse, que o nascimento do nosso Salvador foi natural como o dos nossos pais. Isso basicamente significa que Brigham Young ensinou que Deus, o Pai, desceu à Terra e teve relações com Maria, sua filha espiritual, para conceber o corpo de Jesus. Ainda que muitos mórmons não cogitem tais pensamentos incestuosos sobre Deus e Maria, até onde sabemos, foi o que Brigham Young ensinou; ensino que a Igreja Mórmon não nega.

E assim Jesus nasceu, casou-se e teve filhos. Ele morreu na cruz e pagou pelos pecados dos homens - mas não pagou somente na cruz. De acordo com o Mormonismo, a obra redentora de Cristo, começou no Jardim do Getsêmani, antes de ir para cruz.

No Mormonismo, homens e mulheres têm a capacidade de se tornarem deuses. O presidente da Igreja Lorenzo Snow uma vez disse: "Como o homem é, Deus foi; como Deus é, o homem poderá vir a ser." Para poder alcançar este estado de divindade, é preciso se tornar primeiramente um bom mórmon: pagar integralmente os 10% de dízimo à Igreja Mórmon, seguir as várias leis e ordenanças da Igreja e, finalmente, ser merecedor. Nesse estágio, receberão uma aprovação do templo, após a qual será permitido ao mórmon entrar em um templo sagrado para cumprir uma série de rituais secretos: batismo dos mortos, casamento celestial e vários outros juramentos sigilosos e votos. Além disso, quatro aperto de mãos secretos são ensinados para que o crente mórmon, ao entrar no terceiro nível do céu mórmon, possa cumprimentar deus de uma forma específica.

Esse ritual celestial tem o propósito de permitir a entrada no nível mais alto do céu.4 Para aqueles que conseguirem chegar ao mais alto dos céus, a divindade é o próximo passo. Então a estes será permitido ter seu próprio planeta e ser deus ou deusa de seu próprio mundo, e assim o sistema mórmon será expandido para outros planetas.



por Matt Slick
do CARM.org para o INPR Brasil



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O mormonismo e a obra redentora de Jesus

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A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias não vê a obra redentora de Cristo da maneira cristã bíblica e histórica. O Mormonismo ensina que a redenção ocorreu primordialmente no Jardim do Getsêmani quando Jesus derramou seu sangue, em vez de ter ocorrido na cruz. Considere as citações de um professor da Universidade Brigham Young e do apóstolo mórmon Bruce McConkie:

  • O professor Robert J. Matthews da Universidade Brigham Young, que na página 282 de seu livro, "A Bible! A Bible!" ("Uma Bíblia! Uma Bíblia!"), escreveu: "Foi no Getsêmani, nas ladeiras do Monte das Oliveiras, que Jesus realizou sua perfeita obra redentora ao derramar seu sangue - mais ainda do que na cruz."
  • O apóstolo mórmon Bruce McConkie declarou: "Onde e sob quais circunstâncias se deu o sacrifício redentor do Filho de Deus? Foi na Cruz do Calvário ou no Jardim do Getsêmani? É para a cruz de Cristo que a maioria dos cristãos olham quando focam sua atenção na infinita e eterna redenção. E, certamente, o sacrifício do nosso Senhor foi completado quando pelos homens Ele foi erguido; além disso, esta parte da vida e do sofrimento de Jesus é mais dramática e, talvez, mais tocante à alma. Mas na realidade, a dor e o sofrimento, o triunfo e a glória da redenção ocorreram primordialmente no Getsêmani", (Doctrinal New Testament Commentary, vol. 1, p. 774, ênfase minha).

Não há evidência bíblica de que Jesus nos redimiu de nossos pecados no Jardim do Getsêmani. Foi no Jardim onde Ele sofreu intensamente em oração, porque não queria passar pelo sofrimento dos açoites e da crucificação que estava por vir. A agonia no Jardim foi tão intensa que aparentemente o fez suar sangue (Lucas 22.44). Contudo, as únicas passagens bíblicas que falam sobre Cristo e sua redenção referem-se à cruz, não ao Jardim do Getsêmani.

A reconciliação é por meio da cruz

"E reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade." (Ef 2.16).

"E por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz." (Cl 1:20).

Nossas dívidas foram pregadas na cruz

"E cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz." (Cl 2.14).

Ele levou sobre si os nossos pecados na cruz

"Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados." (1 Pe 2:24).

Somos reconciliados por meio da morte de Cristo - decorrida na cruz

"Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida!" (Rm 5:10)

"Mas agora ele os reconciliou pelo corpo físico de Cristo mediante a morte, para apresentá-los diante dele santos, inculpáveis e livres de qualquer acusação." (Cl 1:22).

Paulo diz: "Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado." (1 Co 2:2). Ele não menciona nada, em momento algum, a respeito de Jesus ter tomado sobre si os nossos pecados no Jardim. Ele apenas fala de pecados relacionando-os com a cruz de Cristo. Onde foi que Deus comprou a igreja com o seu próprio sangue (Atos 20.28)? Foi na cruz, não no Jardim.

Propiciação

A propiciação é um sacrifício que aplaca a ira. O sacrifício de Jesus na cruz foi exatamente isso: uma propiciação. Foi na cruz onde Jesus levou em seu corpo os nossos pecados (1 Pe 2:24); onde Ele se tornou uma propiciação - o sacrifício pelos nossos pecados. Observe que o sacrifício na cruz é um evento público, e foi neste acontecimento público que ocorreu a propiciação: "Deus o ofereceu como sacrifício para propiciação mediante a fé, pelo seu sangue." (Rm 3.25). No Jardim do Getsêmani, quando Jesus suou gotas de sangue, não foi um acontecimento público. Desta forma, o sacrifício de redenção, pelo qual Jesus levou sobre si os nossos pecados como propiciação, não aconteceu no Jardim do Getsêmani, mas publicamente na cruz. Assim, quando encontramos o termo propiciação nas Escrituras, sabemos que se refere ao sacrifício na cruz. Vejamos outras passagens que falam sobre este assunto:

"Por essa razão era necessário que ele se tornasse semelhante a seus irmãos em todos os aspectos, para se tornar sumo sacerdote misericordioso e fiel com relação a Deus, e fazer propiciação pelos pecados do povo." (Hb 2.17)

"Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo." (1Jo 2:2)

"Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho como propiciação pelos nossos pecados." (1Jo 4.10)

Observe que Jesus, o sumo sacerdote, foi a propiciação pelos nossos pecados. Isto significa que Ele levou sobre si, na cruz, os nossos pecados (1 Pe 2.24) como um sacrifício público (Rm 3.25). E por meio deste sacrifício, fomos purificados de nossos pecados ( 1 Jo 1.7). Não é o sangue que Jesus suou no Jardim que nos purifica, mas o sangue que foi derramado na exibição pública do sacrifício na cruz. É por isso que as Escrituras dizem: "O objetivo dele era (...) reconciliar com Deus os dois em um corpo, por meio da cruz, pela qual ele destruiu a inimizade." (Ef 2.15-16)

Conclusão

Para começar, há tanta coisa errada com a teologia mórmon (pluralidade de deuses, mãe-deusa, homens que se tornam deuses, manter os mandamentos para ser perdoado, etc) que não há surpresa em saber que o Mormonismo coloca a ênfase da obra redentora de Cristo no Jardim do Getsêmani, em vez de na cruz.

"Por causa da redenção de Jesus Cristo, toda a humanidade, tantos quantos existirem, serão redimidos. O Salvador começou a derramar seu sangue por toda a humanidade, não na cruz, mas no Jardim do Getsêmani. Ali, Ele levou sobre si o peso dos pecados de todos os que um dia viveriam. Debaixo daquela [página 6] pesada carga, Ele sangrou por cada poro", (His Mission and Ministry," New Era, Dez. 1999, p. 4, 6, ênfase minha) (Tradução livre).

"Jesus pagou pelos nossos pecados quando agonizou no Jardim do Getsêmani", (Laurel Rohlfing, "Sharing Time: The Atonement," Friend, Mar. 1989, p. 39).

Erros surgem de erros. Se tão somente a Igreja Mórmon se arrependesse de suas falsas doutrinas e viesse a ter o conhecimento salvador de Jesus Cristo, o verdadeiro Jesus Cristo, aquele que levou os nossos pecados sobre o seu corpo na cruz, redimindo-nos gratuitamente, então os mórmons poderiam também usufruir do perdão gratuito de pecados conquistado por Cristo. Em vez disso, devido às doutrinas erradas do Mormonismo a respeito de Deus e da salvação, os mórmons ainda estão debaixo da lei. É exigido deles que obedeçam todos os mandamentos para que recebam a recompensa da obra redentora de Cristo.

"Aceitamos a redenção de Cristo nos arrependendo dos nossos pecados, recebendo o dom do Espírito Santo e obedecendo a todos os mandamentos", (Gospel Principles, Corporation of the President of the Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 1979, p. 68, ênfase minha) (Tradução livre).

Ninguém é capaz de obedecer a todos os mandamentos, e qualquer tentativa é por sobre si uma carga insuportável de culpa: "Pois quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente." (Tiago 2.10). E "sabemos que ninguém é justificado pela prática da Lei, mas mediante a fé em Jesus Cristo. Assim, nós também cremos em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pela prática da Lei, porque pela prática da Lei ninguém será justificado". (Gl 2.16) Desta forma, não apenas a posição mórmon a respeito da redenção é falsa, mas também a doutrina da salvação. Os mórmons ainda estão, infelizmente, mortos em seus pecados.

O Verdadeiro Evangelho

O verdadeiro evangelho é que Jesus Cristo, que é Deus encarnado, obedeceu por completo todas as leis do Velho Testamento. Ele cumpriu a todas e nunca pecou. Foi necessário que Ele assim fizesse, porque nós nunca seríamos capazes. Pois todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo diante de Deus (Isaías 64.6) - não temos absolutamente nada a oferecer a Deus. A única coisa que temos é o que Cristo fez, e a única forma de recebermos o perdão de nossos pecados é colocando a nossa confiança apenas em Cristo. Contudo, no Mormonismo, Cristo é irmão do diabo, concebido por meio de relações sexuais entre Deus e sua esposa-deusa, que vieram de outro planeta. Este não é o Jesus da Bíblia. Isto é de extrema importância, porque o objeto da fé Mórmon é falso. E como vimos que a doutrina mórmon da redenção também é errada, podemos agora reconhecer mais facilmente que eles estão perdidos.

A salvação, o perdão completo de pecados, não é obtido por meio da obediência às leis e aos mandamentos. O perdão total de pecados vem por meio da fé em Jesus Cristo, o Jesus da Bíblia, não o Jesus do Mormonismo.



por Matt Slick
do Carm.org para o INPR Brasil





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