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Igreja Promove Adoção de Embriões Congelados; Não Fere Mandamentos Divinos, Diz Apologista

Uma igreja americana localizada no estado de Washington surpreendeu seus fiéis com a sua nova campanha estimulando a doação de embriões congelados, segundo informou a BBC.

Cedar Park Assembly of God, além de estimular, vai funcionar como uma agência unindo casais que têm embriões no freezer e outros que não conseguem ter filhos. A iniciativa foi inspirada na história de Maria Lancaster, 46, que após várias tentativas de engravidar e inúmeros abortos espontâneos, achava que nunca poderia ser mãe. "Os médicos já haviam desistido de mim", disse ela à BBC Brasil. Até que seu marido, Jeff, ouviu na rádio sobra uma mulher que havia adotado um embrião. Eles apostaram na ideia e conquistaram a sonhada família, com o nascimento de Elisha, atualmente com 8 anos. Foi então que, há três anos, Maria sugeriu a um amigo, pastor da igreja, que eles fundassem uma agência de adoção de embriões congelados para ajudar outros casais com problemas de fertilidade a também realizar esse sonho. Assim surgiu o Serviço de Adoção de Embriões de Cedar Park (Embryo Adoption Services of Cedar Park).

Este tipo de serviço já é há anos oferecido por várias outras agências no país, entre elas a Nightlight, pioneira no ramo e que foi de quem Maria adotou o embrião. 
Isso é possível porque muitos dos embriões gerados nos tratamentos de fertilização não são utilizados, o que deixa o casal proprietário com a opção de mantê-los congelados indefinidamente, descartá-los, doá-los para pesquisas ou para outro casal. No entanto, segundo Maria, esta é a primeira agência de adoção de embriões baseada em uma igreja. Eles já contabilizam oito bebês nascidos, vários a caminho, e cerca de 25 famílias já inscritas e ainda passando pelos trâmites burocráticos antes de concretizar a adoção, que dura de 2 a 3 meses.

Entre elas existe a exigência que os pais sejam casados há pelo menos três anos e que apresentem cartas de referência de amigos e familiares, além de uma taxa de inscrição de US$ 250 e outra no valor de US$ 3,5 mil. 
Um agente do serviço social contratado pela própria agência faz uma avaliação do lar que irá abrigar o embrião, inclusive consultando arquivos do FBI e de outros Estados onde os candidatos tenham morado. Tudo isso para garantir que o casal não tenha tido envolvimento com negligência ou abuso de menores.

Maria tenta achar casais doadores e receptores compatíveis, para aumentar a chance de que a criança possa conviver com as duas famílias, e considera esta uma das vantagens da adoção aberta de embriões. 


Apesar da prática ser de certa forma comum nos Estados Unidos e de existirem cerca de 500 mil embriões congelados no país, muitas pessoas ainda não concordam com a ideia. Para alguns, definir como "adoção" em vez de "doação", dá-se ao embrião o status de pessoa, o que poderia ser usado como justificativa para a defesa, por exemplo, da criminalização do aborto.

Alguns líderes católicos também criticam o procedimento, questionando a moralidade de se implantar o embrião de um casal, concebido artificialmente, em outra mulher. O apologista cristão Johnny T. Bernardo, do Instituto de Pesquisas Religiosas (INPR Brasil), comentou sobre o assunto ao The Christian Post, relembrando que “até pouco tempo atrás se questionava a mesma coisa em relação à doação de órgãos". "No entanto, com o passar do tempo e os esclarecimentos advindos do meio jurídico e cientifico, a atividade passou a ser vista como válida para muitas pessoas", diz Bernardo. “A inseminação artificial não fere os mandamentos divinos nem é uma prática imoral - é um direito à vida e a felicidade. No entanto, o mesmo não vale para outras questões, como aborto, clonagem humana e adoção de crianças por casais homossexuais pois são temas que entram em choque com a vida e os padrões morais vigentes na sociedade contemporânea”, explica o apologista.

Na maioria dos Estados americanos, os embriões são tratados legalmente como "propriedade", mas que para a agência "a vida começa na concepção". Para concluir, Maria esclarece: "Ao cuidarmos da papelada, é uma transferência de propriedade, mas nós os tratamos socialmente como se fossem crianças nascidas".


Por Ana Araújo
do The Christian Post





 
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