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Brasileira vivia em uma comunidade religiosa da Sibéria

A brasileira Ustina Chernishoff, 23, encontrada na Sibéria pela Interpol e repatriada para o Brasil no último dia 7/9 vivia em uma comunidade religiosa da Sibéria conhecida como "Os Antigos Fieis". Ustina deixou o Brasil em maio de 2007 para viver na comunidade e desde o começo de 2011 não se comunicava com a família. Preocupada, sua mãe procurou a Interpol para dar queixa do sumiço da filha e incluí-la na lista de pessoas desaparecidas.

Localizada na região de Krasnoyarsk, no Oeste da Sibéria, a comunidade dos “Antigos Fieis” apresenta-se como um movimento dissidente da Igreja Ortodoxa Russa cuja separação remonta ao século 17 quando o Patriarca Nikon iniciou uma reforma da IOR e encontrou resistência por parte de alguns fieis que optaram pela separação. Além da Sibéria, os Velhos Crentes (como também são conhecidos) se moveram para outras regiões isoladas da Polônia, Prússia, Turquia e China.

Conhecidos pela maneira fanática como interpretam as antigas doutrinas da IOR, os Velhos Crentes impõem aos seguidores regras rígidas de comportamento e expressão social. Procurada pela imprensa, Tatiana, 22, irmã de Ustina, informou que sua irmã sofreu uma espécie de pressão psicológica e espiritual enquanto esteve entre os ortodoxos russos."Eles faziam lavagem cerebral com ela. Era todo dia, toda hora. Eles diziam que ela não podia fazer nada além do trabalho porque seria pecado. Colocavam muito medo nela. Aqui no Brasil eles [católicos ortodoxos russos] não são assim". A informação é do G1 que também acrescenta que a mãe de Ustina teria estado com a filha em dezembro de 2010 quando teve a suspeita de exploração sexual.

“Ela prestou depoimento por teleconferência, com apoio da Embaixada da Rússia no Brasil. A mãe relatou que esteve com a filha em Krasno, em dezembro de 2010. No depoimento, ela afirmou que a filha estava estranha, com os documentos pessoais confiscados e o passaporte também. Ela também suspeitava que a filha pudesse estar sendo explorada sexualmente", revelou o portal com informações da delegada federal Simone Azuaga.

Com o fim da URSS e as repressões religiosas, em 1991, a Rússia foi inundada por inúmeros grupos religiosos como a "A Verdadeira Igreja Ortodoxa Russa" que durante oito meses [entre 2007 e 2008] submeteu 29 pessoas ao confinamento em um bunker construído em Penza, no sul da Rússia por acreditar que o mundo estava prestes a acabar. Na Sibéria, um ex-guarda de trânsito acredita ser o Messias e possui inúmeros seguidores. Outro, o psiquiatra Vyacheslav Vesnin foi preso no final de 2010 enquanto ministrava uma das reuniões da Self Improvement [“Fundação pelo Autodesenvolviemento"] suspeito de pedofilia. Ele vinha recrutando pessoas interessadas em misticismo e esoterismo desde 2002, mas somente em 2007 começou a despertar a atenção da mídia. Durante a prisão foi confiscada pela polícia um vídeo que mostra crianças fazendo striptease.


Johnny T. Bernardo

é apologista, escritor, jornalista, colaborador da revista Apologética Cristã e do jornal norteamericano The Christian Post e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de seitas e heresias, sendo um dos seus campos de atuação a fenomenologia religiosa e religiosidade brasileira.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

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