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Fim dos Tempos: a verdade sobre José Luiz de Jesus Miranda

Jesus Cristo desembarcou no aeroporto internacional do Rio na sexta-feira de manhã, vindo de Miami, com toda a pinta de turista: chiclete na boca, óculos de sol, Rolex no pulso e corrente de ouro no pescoço. Despontou no saguão, e as 300 pessoas que haviam madrugado ali foram ao delírio. Uma bateria de escola de samba deu início à batucada, e mulatas se requebraram em sinal de boas-vindas. Seguranças tiveram de abrir passagem. “Jesus Cristo” sorriu, deu a mão aos mais eufóricos e enxugou o suor do rosto com um lenço. Antes de entrar no carro que o levaria para um hotel cinco estrelas na Barra da Tijuca, outro êxtase: tirou o blazer e exibiu tatuado no braço um 666, o número bíblico da besta.

Foi com essa tônica que o jornal O Estado de São Paulo descreveu a primeira visita de Jesus Cristo após se “reencarnar” na pele de um porto-riquenho. José Luiz de Jesus Miranda é o líder de uma igreja que proclama que o diabo foi destruído por Cristo na cruz e que o pecado não existe mais. Chamado de Cristo, Anticristo e 666, o líder portoriquenho criou uma legião de seguidores fanáticos que tatuam em sua própria pele o número da besta, que eles chamam de o "número da prosperidade". Aceitam apenas os escritos de Paulo, e rejeitam os demais livros da Bíblia - todos eles "corrompidos".

Com discípulos em 30 países do mundo, o Ministério Creciendo en Gracia é mais conhecido pelos "piquetes" que promove contra a Igreja Católica e os evangélicos. Na visita do Papa Bento XVI ao Brasil, em maio de 2007, cerca de cinquenta seguidores de Miranda foram presos enquanto protestavam em frente ao estádio do Pacaembu. Em Miami, onde são em maior número, eles são conhecidos praticamente por toda a sociedade e alvo de inúmeras especulações por parte da mídia local. Foi o jornal Miami Herald que trouxe as primeiras denúncias contra o fundador, que abriu uma ferida jamais fechada por seus seguidores.

Infância conturbada

Natural de Ponce, a terceira cidade mais importante de Porto Rico, José Luiz de Jesus Miranda nasceu em 22 de abril de 1946. Com uma infância conturbada, foi criado em meio à extrema pobreza e por várias vezes se envolveu em pequenos furtos, drogas e prisões decorrentes de sua vida desregrada. Aos 20 anos de idade (1966) disse ter tido seu primeiro "contato" com o Evangelho. Após participar de um culto, se "converteu" ao pentecostalismo e mais tarde fez-se membro da Igreja Batista. Antes disso, passou pela Igreja Católica e religiões nativas.

Pouco tempo depois, José Miranda decidiu se mudar para os Estados Unidos, onde entrou em contato com a Igreja Batista do Sul. Em 14 de abril de 1971 casou com Nydia de Jesus, com quem teve cinco filhos.

Obcecado por pesquisas escatológicas, dedicou parte do seu tempo ao estudo do Apocalipse. Após longas noites de reflexão, chegou à conclusão que João não compreendeu o verdadeiro significado da profecia. Ao consultar o mapa múndi, verificou que a cidade em que nasceu estava exatamente sob a latitude 66,6. A partir de então, começou a desenvolver a ideia de que a marca da besta estaria de alguma forma relacionada a ele.

A revelação

Segundo Miranda, a sua trajetória como “Cristo” teria começado em 1973, em Massachusetts, EUA, quando dois anjos (ou pessoas, segundo algumas versões) aparecerem e revelaram que ele era o Messias, o Cristo reencarnado que deveria trazer salvação completa aos homens. Foi a partir daí que ele começou a sua trajetória “messiânica”, buscando convencer a quem lhe desse ouvidos que ele era o “Cristo” reencarnado e que somente através dele o homem poderia alcançar a vida eterna.

Por essa mesma época Miranda fez uma de suas mais críticas afirmações: “Eu sou maior que Jesus... eu ensino melhor que ele”. Obviamente, tal declaração é rechaçada pelos adeptos da seita que afirmam que seu líder jamais disse ser Jesus ou maior que este. O reconhecimento – da divindade de Miranda – se deu, segundo eles, pela própria Igreja Cresciendo en Gracia.

Havia passado apenas seis anos desde que Miranda se “converteu” ao cristianismo, se destacou como pregador eloquente e plantador de igrejas, quando Deus teria vindo ao seu encontro e “revelado” sua missão. Algo semelhante acontece em outras seitas, como as Testemunhas de Jeová e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Charles Russel e Joseph Smith também provinham de famílias protestantes, que viam a Bíblia como a inerrante Palavra de Deus, mas que com o tempo mudaram sua forma de pensar. Foram influenciados por algo externo a eles, como revelações “sobrenaturais” e apóstatas do Evangelho. Seguiram o caminho de Balaão.

A instrução de Paulo aos gálatas não nos deixa em dúvida: “Mas, ainda que nós ou um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que nós temos pregado, seja anátema” (Gál. 1.8). O Ministério Creciendo en Gracia prega outro evangelho e, consequentemente, outro Jesus.

Contradições

A vida de José Luiz de Jesus Miranda é recheada de mentiras e contradições. Seus discípulos tentam ao máximo que podem esconder tais contradições, alegando que seu líder não tinha convicção (à época) de sua verdadeira vocação. Mesmo diante das negações, existem documentos que provam que Miranda jamais poderia ser Jesus (pelo menos não o do Novo Testamento).

Em 1973, segundo exposto no texto acima, Miranda teria recebido a “revelação” segundo a qual ele seria a reencarnação de Jesus e que deveria combater os inimigos de Deus. Passados apenas 15 anos (isso em 1998), ele se levantou contra a "revelação" anterior e passou a se apresentar como a "reencarnação" do apóstolo Paulo. Isso mostra quão confuso e distante estava Miranda do verdadeiro Evangelho. Se ele era mesmo Jesus, por que tanta confusão quanto a sua identidade? Pelo o que sabemos dos evangelhos, Jesus jamais se confundiu no que dizia respeito a sua relação com o Pai e missão no mundo. Miranda parece ser um "cristo" confuso, porque ora se identifica com Jesus, ora com Paulo.

Insatisfeito com sua condição de apóstolo "reencarnado", mais uma vez José Miranda se apresentou a igreja em Miami como o Cristo ressurreto. Isso é uma espinha na garganta dos seguidores, que para fugir da verdade argumentam que Miranda jamais disse ser Jesus. Isso vai contra o que o próprio Miranda anuncia aos quatro cantos da terra, em entrevistas e teleconferências. Prova disso é que nem mesmo a sua família ficou ao seu lado. Segundo testemunhou posteriormente, seu esposo mentiu ao se revelar como Jesus, e que o interesse por trás era o dinheiro que ele poderia arrancar dos fieis.

Mesmo diante das inúmeras críticas e denúncias publicadas em jornais dos EUA e Porto Rico, José Luiz Miranda prosseguiu em sua afirmação e foi mais além: em 2007, durante um culto na sede em Miami, tirou o casaco e surpreendeu a todos ao mostrar tatuado em seu antebraço o número 666. Foi a gota d'água para que pipocassem inúmeras outras denúncias e deserções. Muitos crentes, perplexos com a nova revelação do seu líder, abandonaram a igreja e passaram a fazer franca oposição a ele. Jornais, programas humorísticos, canais abertos e privados, exploraram o assunto por semanas. Virou o tema do momento. Mas era só o começo de uma série de irregularidades que viriam a público nos EUA e países latinos.

Problemas com a justiça

Para desespero dos que acreditam que José Luiz de Jesus Miranda é mesmo a reencarnação de Jesus, há inúmeras denúncias de enriquecimento ilícito e problemas conjugais envolvendo o líder porto-riquenho. Tais denúncias põem em cheque uma vez por todas as pretensões de Miranda, pois revelam fatos até então desconhecidos do público em geral e dos seguidores da seita. Há uma blindagem no sentido de impedir que tais informações cheguem ao conhecimento de brasileiros e colombianos, povos alvos no trabalho de proselitismo na América do Sul.

Pelo o que podemos absorver da história de José Miranda, não há nada que indique uma conduta tipicamente messiânica, com retos padrões de moralidade e pudor. Mesmo depois de se auto-proclamar como "Jesus Cristo" (2005, Flórida, EUA), aparentemente nada mudou na vida e ministério desse controvertido líder porto-riquenho. Tamanha era a sua falta de sanidade que até mesmo sua mulher Nydia e seus cinco filhos o abandonaram, regressando para Porto Rico e organizando uma Igreja que denuncia os abusos cometidos por seu ex-marido.

Depois de Nydia, José Miranda contraiu um novo matrimônio com Josefina de Jesus Torres, separando-se pouco tempo depois. Após esse novo matrimônio, José Miranda passou a frequentar com maior regularidade os tablóides dos EUA, acusado de não pagar a pensão a sua ex-mulher Josefina. Após uma sentença promulgada por um tribunal da Flórida, que determinava o pagamento das pensões, Miranda desapareceu dos EUA e somente algum tempo depois retornaria a Flórida. Em resposta, o juiz Roberto Pineiro determinou a desapropriação de alguns bens de Miranda, como uma casa em Houston, para pagar os cinco meses de pensão atrasados, num montante de 72.000 dólares.

O principal motivo que levou Josefina Torres a pedir o divórcio, foram os constantes maus tratos praticados por José Miranda. Segundo consta nos autos do processo, Josefina testemunhou que seu então marido a empurrou contra uma cerca e emocionalmente a abusou, ameaçando enviar anjos da destruição para ela e seus filhos.

Prostituição e poligamia

Após esse divórcio, Miranda passou a ser acusado de manter relações sexuais com inúmeras meninas nos EUA e países latinos. No Brasil, suspeita-se que Miranda teria alguma relação com a cantora Rebequinha, que em vídeos no YouTube exalta Miranda como "Jesus Cristo homem". Aos oitos anos de idade, em um clipe gravado em uma praia do nordeste, um trecho da música cantada por ela causou uma grande polêmica:

"Nem todas as riquezas deste mundo podem me separar de você José Miranda... você pode pegar uma legião de mulheres com chapéus de cowboy e franjando suas saias...". Em outro vídeo, feito já em sua maioridade, Rebequinha canta: "... podem falar o que quiser de mim, seu nome é José Luiz...".

Seria mera coincidência o fato que em Honduras, após um culto celebrado por discípulos de José Miranda, um jovem chamado Hernandez procurou seu pastor e revelou algo surpreendente.

"Eles nos disseram que nós podemos ter até 12 mulheres que não é errado, e se virmos alguma mulher na rua, podemos levá-la também".

Hernandez revelou ainda o interesse do Ministério Cresciendo em Gracia de alcançar os evangélicos hondurenhos, além de comprar seus templos.

José Miranda não é o Jesus do Novo Testamento

1. José Luiz de Jesus Miranda

a) Ostenta uma vida de luxo e badalação
b) Casou duas vezes e é pensionista delas
c) Foi viciado em heroína e por muitos anos esteve preso
d) Em 1998 disse ser a reencarnação de Jesus, diferindo de 1973 quando afirmou ser Jesus.
e) Promove violência e intolerância religiosa
f) Está sendo processado por enriquecimento ilícito
g) Aparece em uma lista da NNDB como uma das personalidades americanas pegas dirigindo embriagado

2. O Jesus do Novo Testamento

a) Não era rico, nem ostentava uma vida de badalação
b) Não era casado nem pagava pensão
c) Não era viciado em heroína ou em qualquer outra droga do gênero
d) Jamais negou sua filiação divina, nem tinha dúvida de sua chamada
e) Não incitava a violência e/ou intolerância religiosa
f) Nunca se envolveu em escândalos financeiros
G) Jesus jamais se intoxicou com bebida alcoólica


Johnny T. Bernardo

é apologista, escritor, jornalista, colaborador da revista Apologética Cristã e fundador do INPR Brasil (Instituto de Pesquisas Religiosas). Há mais de dez anos se dedica ao estudo de seitas e heresias, sendo um dos seus campos de atuação a fenomenologia religiosa e religiosidade brasileira.

É também o autor da matéria “Igreja Dividida, as fragmentações do Catolicismo Romano”, publicada no final de 2010 pela Revista Apologética Cristã (M.A.S Editora). Assina também a coluna Giro da Fé da referida revista.

Contato

pesquisasreligiosas@gmail.com
johnnypublicidade@yahoo.com.br



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5 comentários:

Anônimo disse...

O q me fiz de.apocalipse 14:11? Como quem tatuar 666 sera salvo? A lei ñ saiu do mundo Jesus disse: o céu e a terra passarão, mas minhas palavra nao passarso. A palavra drle manda vivermos afastados do pecados e nao passará esses mandamentos. A biblia diz claramente pra ñ usarmos 666 . Me responda apicalipse 14:11.

Anônimo disse...

VELHO FILHO DO CAPETA DOS INFERNOS..........

Claudio Elias Do Nascimento 348.438.21 visualizações disse...

Sei não kkkkk

Anônimo disse...


UM ESCLARECIMENTO

Ninguém está negando que historicamente foi o CEG (José Luiz Miranda) nos anos 80 que começou a trazer à tona a "graça" mas com uma visão marcionista e mistura de conceitos desde esoterismo, paganismo, sabelianismo. etc... No princípio ele era um simples pastor só depois desviou-se e até a própria família deixou e muitos seguidores saíram desse "dito" ministério da graça, como o Hélio Carvalho, Jean Gasque, Richardson entre outros. O empresário Carlos Rangel (que trouxe ao Brasil umas cassetes da CEG Miami) e foi aí que teve contacto com o pastor Miguel Ângelo em 1985/86, que depois cortou ligações já com a catedral da Cristo Vive no RJ com José Luiz, e inclusive antes esse o consagrou em Miami a apóstolo o Miguel Ângelo em 1991.

Pelo facto de ter pregado "algumas verdades" no meio de tanta HERESIAS, EISEGESES, SOFISMAS.

E daí? Também Lutero ("pai" da reforma protestante) também cometeu erros e heresias e ainda hoje temos as filhas da reforma - com erros e heresias e sofismas e falácias do SISTEMA.

E depois no Brasil há uma disputa de liderança de exclusividade da graça, um diz que é único apóstolo da graça (pioneiro), outro diz que era Jesus Cristo Homem - a reencarnação de Paulo, de Cristo (também diz ser pioneiro), outro diz que é REI do ministério XXX, enfim...

Tanta bajulação a esses ditos "senhores da graça", tanta idolatria, tanta soberba e vaidade carnal, tudo em nome da "graça" e de Deus que não está NESSE NEGÓCIO DE FÉ.

Charis kai eirene!!!! ;)

Anônimo disse...

Graça e paz a todos os eleitos/as em Cristo

Em primeiro lugar temos que entender que a Graça (há quem chama de Graça Livre) não é um movimento que iniciou-se no final do século XX em Miami nos EUA pelo José Luiz Jesus de Miranda um porto-riquenho que hoje se intitula-se de Cristo Homem e fundou o Ministério Cresciendo en Gracia, no Brasil o pioneiro a pregar a graça foi apóstolo Miguel Ângelo da Igreja Evangélica cristo Vive no Rio de Janeiro apartir de 1986. A graça começou em Paulo no século I d.C. mas foi esquecida e substituida pela teologia Católica e voltou a ser pregada na Reforma Protestante mas não na plenitude. O problema é que a graça que é pregada pela Cresciendo en gracia pelo José Luiz Miranda não é genuína, e todos aqueles que aprenderam ou tiveram influência dele foram contaminados uns mais do que outros com as heresias desse ministério que se diz ser da graça. Para pregar-se a graça genuína sem ranços do legalismo tem que radicalmente retirar "todo o fermento" e somente ficar com aquilo que é genuíno (segundo a revelação que o Espírito vai dando), como é o caso do Pastor Cristiano França que começou a entender a graça em 1999 e teve dois anos na Cristo Vive no RJ (não na sede) mas com o Pr. Sinval Soares (hoje Bispo), mas entendeu que o que se pregava lá não é genuíno mas mistura (devido à influência que o ap. Miguel Ângelo teve com José Luiz no passado em Miami e mesmo no Brasil, hoje não tem laços com esse ministério cresciendo en gracia) e todos os que tiveram como pastores da Cristo Vive (pioneira no Brasil) não tem a genuína graça de D-us (uns tem mais mistura da lei do que outros) mas há excepções como o caso do Pr que foi da Cristo Vive em Fortaleza - Júnior Rocha que hoje está ligado ao MIGG (ap. Cristiano França) e não prega mais a graça misturada.
Diga não à mistura e sim a genuína graça de D-us.

Por ser não genuína a graça que o Crsito Homem prega, sendo heresias umas atrás de outras muito povo eleito fica com retinência de aceitar a graça como verdade no Novo Pacto e preferem ficarem com o legalismo religioso nas igrejas evangélicas e protestantes cristãs.

 
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